A lesbofobia é uma violência direcionada a mulheres lésbicas devido à sua orientação sexual que se contrapõe à heterossexualidade compulsória social. Ocorre também no âmbito acadêmico, visto que a universidade é parte da sociedade e reproduz violências. Esta pesquisa, de caráter qualitativo, objetivou investigar violências sofridas por mulheres lésbicas universitárias. No processo de seleção das participantes, foram escolhidas dez estudantes lésbicas de uma universidade pública, indicadas por terceiros. Foram realizadas entrevistas semidirigidas, posteriormente, analisadas à luz dos núcleos de significação. Os resultados indicaram que, enquanto, no espaço acadêmico, a violência é simbólica, mediante comentários e olhares dirigidos principalmente por estudantes, em festas universitárias, a violência é explícita e perpetrada pelos mesmos autores, em suma estudantes, por meio da fetichização do corpo da mulher lésbica. A lesbofobia se manifesta pela percepção da lesbianidade como vivência passageira ou decorrente de experiências heterossexuais insatisfatórias. Ressalta-se que a lesbofobia bem como outras violências de gênero estão em dissonância com o compromisso ético-político da universidade e devem ser combatidas.
O presente trabalho resulta de pesquisa sobre o processo de institucionalização da loucura no município de Jataí, localizado no sudoeste goiano. Esse processo compreende um conjunto de mudanças na compreensão do que seria a loucura e nas formas de cuidado das pessoas consideradas loucas, analisadas aqui a partir da transição de uma gestão privada e confessional dos serviços de assistência à saúde mental, rumo a uma gestão pública e laica destes serviços. A institucionalização da loucura no município está associada à comunidade espírita kardecista, que foi responsável pela construção e administração de uma série de serviços de assistência a pessoas consideradas loucas. Utilizou-se como referência para a análise desse processo as legislações brasileiras que tratam sobre a loucura, como forma de manifestação do discurso estatal, e entrevistas a personagens que participaram desta história e alguns documentos de época para captar o discurso sobre o tema na esfera local.
O artigo relata experiência de ensino e formação profissional em psicologia comunitária desenvolvida junto Serviço de Psicologia Aplicada da SPA/UFJ. No decorrer do relato são problematizadas questões acerca da universidade enquanto comunidade que reproduz desigualdades e opressões sociais e o quanto esse contexto incide em adoecimento psíquico dessa comunidade. A promoção de saúde como campo profícuo que precisa compor de forma mais sistemática a formação em psicologia, redirecionando a formação centrada na doença para uma formação mais plural e integral de saúde mental. O artigo pontua a importância do ensino e da formação profissional a partir de uma perspectiva libertadora, crítica e participativa, conforme referenciais teórico-metodológicos da psicologia comunitária, ainda no início dos cursos de psicologia. E por fim, propõe o reposicionamento dos serviços-escola como espaços restritos a prática clínica convencionada, para serviços comunitários alinhados aos campos das saúdes pública e coletiva.
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