Resumo O artigo objetiva analisar as contribuições da contação de histórias para a saúde mental no contexto da pandemia de Covid-19. Trata-se de uma pesquisa-intervenção que posiciona o recurso das histórias como uma tecnologia leve em saúde, comprometida em reduzir distâncias, criar pontes entre as pessoas através do investimento na produção de vínculos e acolhimento. A contação de histórias articula literatura e psicologia, faz parte da caixa de ferramentas necessárias para a ativação de forças psíquicas expressivas dos afetos no cenário atual. O banco de dados da pesquisa pode ser designado como banco de histórias que passam por um processo de curadoria, sendo essa uma metodologia fundamental para o encadeamento de temas abordados nas histórias e a postagem das mesmas no Instagram do projeto. As histórias videogravadas foram analisadas a partir dos núcleos semânticos contexto-afeto-texto, com destaque para os conteúdos de memória e morte; e práticas de mutualidade em cuidado. A reação dos/as seguidores/as do Instagram expressam mensagens afetuosas aos/as contadores/as.
RESUMO Tendo como referência os estudos pós-coloniais e suas críticas ao norte-centrismo, sexismo e racismo na produção científica, buscamos nesse artigo apresentar a experiência da oficina Racismo, Sexismo, Epistemicídios e os saberes Psi, que aconteceu durante a XXVI Semana de Psicologia da Universidade Federal do Ceará. Nesse contexto, promovemos o debate sobre como o eurocentrismo epistêmico, o racismo e o sexismo produzem efeitos no campo de saber da Psicologia e discutimos com estudantes de graduação e pós-graduação estratégias de resistência cientificamente engajadas no enfrentamento das injustiças sociais. Na medida em que questionamos a objetividade, neutralidade e universalidade da ciência, também colocamos em discussão a naturalização da desigualdade e exclusão social. O exercício de decolonialidade proposto na oficina teve uma dimensão de provocação denunciativa das violências epistêmicas que nos constituem e imaginativa das transformações que temos de realizar para acolher a diversidade epistêmica em um mundo pluriversal.
Resumo Este artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa de doutorado, focalizando nossas análises nos agenciamentos produzidos pelos hormônios na sociedade contemporânea, especificamente em sua relação com o processo de medicalização da sexualidade. O estudo tem como corpus de análise 34 vídeos que abordam direta ou transversalmente o uso de hormônios. Esse material está disponibilizado via internet, em canais do YouTube de uma indústria farmacêutica multinacional de grande porte. Os vídeos são aqui concebidos como “documentos de domínio público”, expressão cunhada por Peter Spink, para se referir às práticas discursivas que promovem circulação de saber-poder e modos de viver em nossa sociedade. Nossas análises evidenciam que os hormônios têm se articulado com uma série de elementos, em uma complexa rede, produzindo modos de subjetivação e causando controvérsias. Na condição de artefatos biossociais, os hormônios podem ser utilizados para garantir direitos sexuais e reprodutivos, mas também, antagonicamente, servem para promover a medicalização compulsória da sexualidade.
Resumo O objetivo deste texto é problematizar a conceituação de gênero no campo da Psicologia, em articulação com a homossexualidade e ancorada pela epistemologia feminista decolonial em nossa ciência e profissão. Para tanto, este ensaio crítico se dará a partir de uma discussão teórica, utilizando elementos de caráter literário e estéticos enquanto recursos para a produção do conhecimento em Psicologia. Também considerarei algumas singularidades e inquietações quanto às elaborações sobre gênero e homossexualidade, a partir de estudos em nossa área. Esse debate foi proposto diante da avaliação de que há certa invisibilidade e silenciamento sobre a homossexualidade nos contextos interioranos, inclusive no âmbito da Psicologia, que tem atuado sob uma perspectiva universalista e que não tem se dedicado a entender os processos de subjetivação de homossexualidades nesse lugar. Pretende-se estimular o estudo acadêmico dessas questões, apresentando elementos em torno de gênero, sexualidade, homossexualidade e alguns parâmetros literários a respeito da construção de narrativas, considerando problematizações prévias em Psicologia sobre esse dilema. Abordamos as subjetivações de gênero e homossexualidade, como forma de estimular o debate epistemológico que possibilite mais pesquisas, assim como promover avanços em processos formativos de futuras psicólogas e futuros psicólogos, de forma contextualizada e gendrada.
O movimento hip-hop tem, em sua composição social, jovens pobres que se organizam de modos diversos. Na cidade de Recife, localizamos diferentes formas político-organizativas convivendo simultaneamente, uma associação, uma rede, inúmeras crews (posses) e grupos que não obedecem a uma territorialidade, nem buscam seguir a tradição de estar articulados em todos os elementos. O objetivo deste texto é evidenciar os conflitos sociais que tal movimento instaura, as tensões que provoca no sistema de referências com o qual se relaciona e as instabilidades que ele causa na lógica hegemônica. Para tanto, apresentamos a dinâmica do movimento, seu sistema de referências, tensões, conflitos e antagonismos com os quais ele trabalha. Identificamos três conflitos principais: a juventude pobre no contexto da sociedade de consumo; a mídia e sua relação com a indústria cultural; e a afro-descendência. Os antagonismos se colocam na formulação de um campo ético-político referente à participação convencional e não convencional.
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