O audiolivro é um tipo de mídia que, historicamente, demanda da gravação da leitura de um texto em voz alta capaz de ser reproduzida para ser midiado. Quando essa “leitura”, no entanto, é feita por uma Inteligência Artificial, a exemplo da assistente virtual Alexa, ainda podemos compreender esse produto de mídia sonoro como um audiolivro? Entendendo essa pergunta como uma questão que emerge de novas relações entre as mídias digitais, o presente artigo tem por objetivo definir que tipo de fenômeno é esse. Para isso, buscamos nos Estudos de Intermidialidade, a partir dos modelos propostos por Lars Elleström (2021), junto, ainda, a outros autores que nos auxiliaram a preencher determinadas lacunas e aprofundar outras de sua teoria, os elementos necessários para essa análise. Para ser possível aprofundarmos tal discussão, tomamos de exemplo o e-book e o audiolivro de O Alquimista (COELHO, 2017 [1988]), de Paulo Coelho, para a comparação entre a leitura realizada por um humano e a “leitura” realizada por uma Inteligência Artificial. A partir da análise, concluímos que a “leitura” realizada pela Alexa é, na verdade, uma oralização (BAJARD, 2014), o que corresponde a um processo de decodificação sonoro das palavras. Assim, quando comparada a um audiolivro lido por um ser humano, resultado de uma transmidiação, a decodificação da Alexa se trata de uma “re-midiação”, isto é, uma re-exibição das modalidades material, espaçotemporal, sensorial e potencialmente semióticas de um e-book por meio de uma mídia técnica de exposição diferente
As histórias em quadrinhos estiveram restritas, durante quase um século, às mídias técnicas de exposição impressas até o advento das tecnologias digitais, que vêm cada vez mais transformando as formas de produção, distribuição e consumo. Mas com essas mudanças também surgiram novas questões, como as dificuldades em transpor produtos desse tipo de mídia, geralmente pensados a partir do formato impresso, para os meios digitais, visto que cada aparelho eletrônico possui suas próprias características, como o tamanho da tela. Tomando como base teórica principal os estudos sobre Intermidialidade propostos por Lars Elleström (2021), o presente artigo busca debater sobre as implicações presentes no processo de transposição de quadrinhos impressos para os suportes eletrônicos tablet, computador, Kindle e smartphone, averiguando as consequências dessas transformações. Tomando uma história em quadrinho digital como exemplo, podemos averiguar a partir desse estudo que a leitura pelo computador está mais próxima à leitura da revista impressa, enquanto o tablet, o Kindle e o smartphone quebram com a principal característica desse tipo de mídia: a leitura tabular ou artrológica.
Este artigo visa analisar a passagem do ebook ao livro a partir dos pressupostos teóricos da Intermidialidade definidos por Lars Elleström (2021 [2020]). Para isso, tomamos como objeto de análise o ebook vencedor da terceira edição do Prêmio Kindle de Literatura, o romance Dama de Paus (2018; 2019), de Eliana Cardoso, e a sua versão em livro, publicada pela editora Nova Fronteira. Para atingirmos o objetivo proposto por esta investigação, iniciamos falando sobre o Prêmio Kindle de Literatura e a mudança paradigmática que ele traz na relação entre o livro e e-book. Em seguida, estabelecemos algumas definições do que, para Elleström (2021 [2020]), é uma mídia, suas classificações e modalidades para, posteriormente, descrevermos as possíveis relações intermidiáticas a partir de uma perspectiva sincrônica e uma perspectiva diacrônica. Após a análise, entendemos que esse processo de remidiação do ebook para o livro impresso através do Prêmio Kindle de Literatura pode ser entendido tanto como uma transmidiação técnica quanto semiótica por conta dos diferentes níveis de transformações nos elementos que constituem o livro.
A partir da perspectiva dos Estudos de Intermidialidade (ELLESTRÖM, 2021), o presente artigo tem por objetivo cotejar as aproximações e distanciamentos entre o conto Natal na Barca (2018), de autoria de Lygia Fagundes Telles, e o curta-metragem A Barca (2019), de roteiro e direção de Nilton Resende. Para isso, apresentamos em um primeiro momento os principais simbolismos que envolvem o conto para, posteriormente, expormos os elementos cinematográficos necessários para a comparação com o curta-metragem. Após a análise, podemos averiguar que, enquanto no conto o narrador é a protagonista, no curta o narrador passa a ser a câmera. Com isso, há uma permanência não-racionalizada dos acontecimentos da história na construção de uma realidade construída e representada por meio da sincronia entre as imagens em movimento e dos sons em um contexto ribeirinho.
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