onomatopeias, representação gráfica, histórias em quadrinhos, mangá A representação gráfica do som através das onomatopeias é uma prática característica das histórias em quadrinhos (HQs). Entretanto, para os tradicionais mangás, ou HQs japonesas, a onomatopeia não se trata apenas do desenho do som. Como a escrita oriental possui uma proximidade muito mais próxima com a representação pictórica e esquemática (Miranda, 2015;Frutiger, 2007), as onomatopeias também são utilizadas como um elemento gráfico de composição da página do mangá, ganhando tipografias próprias, traço único e chegando até mesmo a ser mais importante que o próprio personagem na narrativa. Nosso objetivo foi observar, através de estudo de caso, o processo antropofágico proporcionado pela evidência de novas categorias para a onomatopeia na obra Eruvë, um mangá brasileiro. Como resultado, propusemos quatro categorias. Entre estas, abordamos a complexidade da representação gráfica ocidental ao tratar da estética do som de emoções.
onomatopoeia, graphic representation, comics, mangaThe graphic representation of sound through onomatopoeia is a characteristic practice of comic books (HQs). However, for traditional manga, or Japanese comic books, onomatopoeia is not just about sound design. As oriental writing has a much closer proximity to pictorial and schematic representation (Miranda, 2015;Frutiger, 2007), onomatopoeia are also used as a graphic element of the composition of the manga page, gaining its own typography, unique trait and arriving even to be more important than the character himself in the narrative. Our objective was to observe, through a case study, the anthropophagic process provided by the evidence of new categories for onomatopoeia in the work Eruvë, a Brazilian manga. As a result, we proposed four categories. Among these, we approach the complexity of Western graphic representation when dealing with the aesthetics of the sound of emotions.
IntroduçãoEruvë, ou "Eruvë: o conto da dama de vidro", é uma história em quadrinhos brasileira independente que foi lançada em 2015, idealizada por Mariana Petrovana e sua equipe, da qual a primeira autora é participante e colaborou com o processo de criação da obra. Eruvë também foi classificado como um mangá por Braga Jr. (2019) e Luyten (2000), assim como pela criadora da obra, pela sua influência estética e de alguns aspectos narrativos típicos desta tipologia de história em quadrinho (HQ) japonesa. Um dos elementos que caracteriza o mangá, de modo geral, é o elemento da onomatopeia (Braga Jr., 2019), e foi através dele que iniciamos nossas investigações sobre a aproximação e as divergências entre Eruvë, um mangá brasileiro, em relação a um mangá japonês convencional. Para tanto, ao analisarmos as Anais do 10º Congresso Internacional de Design da Informação | CIDI 2021