No atual contexto, em que os olhos dos consumidores estão fixados nas telas, a fruição de uma viagem é exibida, por muitos turistas, como um espetáculo midiático. As redes sociais são utilizadas por produtores de conteúdo digital para dividir com sua audiência modos de um viajar que acaba se convertendo no consumo de informações, produtos e serviços. Esta pesquisa tem como objetivo conhecer as maneiras com que as redes sociais são utilizadas pelos produtores de conteúdo (blogueiros e influenciadores da área do turismo) para compartilhar suas vivências de viagem e refletir sobre como as pedagogias que estão em operação nesses espaços influenciam no consumo do viajar que se processa nas redes. Para o tratamento e análise de dados, praticou-se a análise cultural. De maneira geral, foi possível concluir que nestes espaços são ensinados diferentes modos de consumir o viajar. No entanto, o desejo pela informação rápida e precisa, a necessidade de identificação ou a busca de uma referência e a volúpia pela totalidade, parecem aprisionar os viajantes e estimular produção de um conteúdo formado por listas, dicas, entre outros, levando-os a repetir padrões e consumir um formato de viagem que se repete nas telas de forma frugal, efêmera e uniforme.
As redes sociais são utilizadas por produtores de conteúdo digital para ensinar as fórmulas de um viajar que se converte no consumo de informações, destinos, produtos e serviços. Esta pesquisa tem como objetivo conhecer as maneiras com que os blogs e as mídias sociais são utilizados tanto por produtores de conteúdo, quanto por sua audiência e refletir sobre como as pedagogias que estão em operação nesses espaços influenciam no consumo da viagem ensinando diferentes modos de viajar. A forma de proceder a pesquisa foi inspirada nos Estudos Culturais e baseada em vários artefatos, principalmente, blogs e redes sociais. A coleta de dados foi realizada entre 2015 e 2018, período em que foram monitoradas as postagens e interações da audiência em onze blogs e perfis do Facebook e Instagram cujo conteúdo versa sobre viagem e realizadas entrevistas com os responsáveis pelo conteúdo produzido para estas mídias. Para o tratamento dos dados utilizou-se a análise de conteúdo. Os resultados demonstram que o viajar é apresentado nestes espaços como um produto, “comercializado” através de fotos, vídeos, narrativas e transmissões ao vivo. O produtor de conteúdo converte suas vivências em reportagens para um público que as consome do outro lado da tela. Conclui-se que parte deste conteúdo promove a espetacularização do viajar cujo consumo carrega promessas relacionadas aos status social e a valorização do produto “eu”. Por outro lado, há iniciativas que mostram a potência das viagens como prática cultural capaz de produzir outros significados, conectar pessoas, ideias e construir saberes de forma coletiva.
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