Levando em consideração as recentes alterações no texto curricular da Educação Básica brasileira, bem como seus impactos na produção dos discursos presentes nos livros didáticos que integram as coleções de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, discutem-se as lógicas que organizam os modos contemporâneos de subjetivação política, na interseção entre duas formações discursivas distintas (neoliberalismo e multiculturalismo). Partindo de uma análise realizada em 4 (quatro) manuais didáticos contemporâneos, em diálogo com aportes da Teoria do Discurso pós-estruturalista e elementos da análise do discurso foucaultiana, o texto discute processos de equivalência e de diferenciação entre aquelas formações discursivas, visando demonstrar o modo pelo qual o discurso neoliberal pretende instrumentalizar a gramática das Ciências Sociais e do multiculturalismo para constituir uma forma de subjetividade política marcada pelo desejo de “reconciliação simbólica”, sob os signos da “troca”, da “mistura” e da “hibridização” de formas de ser e estar no mundo.
Este trabalho analisa as estratégias mobilizadas pelo discurso religioso hegemônico no interior do Agreste pernambucano durante as décadas de 1960 e 80 para classificar práticas religiosas do catolicismo popular. Tentamos identificar a posição de clérigos católicos e o papel desempenhado pela imprensa pernambucana do período na construção de um certo estereótipo sobre experiências religiosas que, em função de sua abertura ao sincretismo e ao pluralismo religioso, escapavam à oficialidade das práticas definidas pelo discurso oficial. A partir de uma análise de arquivos eclesiásticos e de reportagens veiculadas pelo periódico Diário de Pernambuco discutimos os embates entre o catolicismo oficial e o catolicismo popular, responsável por colocar em lados opostos padres e rezadores, igrejas e capelas, terços e garrafadas.
Este artigo inicialmente tratará da importância dos Estudos Sócio-Filosóficos no contexto dos processos de ensino/aprendizagem do ensino médio, problematizando, a partir de uma discussão mais ampla sobre a institucionalização escolar, as questões epistemológicas e políticas envolvidas tanto no debate acerca da presença de disciplinas como Sociologia e Filosofia na educação básica quanto na discussão sobre a utilização de métodos e técnicas de ensino das teorias sociológicas entre os discentes da rede escolar. Tendo como referência as experiências relatadas (e desenvolvidas) no âmbito de uma disciplina de Teorias das Ciências Sociais oferecida por um Mestrado Profissional, na Cidade do Recife (PE), verificaremos, em seguida, como o ensino de sociologia, no contexto escolar, relaciona-se ao universo de pesquisa e de produção de conhecimento das Ciências Humanas, de maneira geral, e das Ciências Sociais, de maneira específica. Finalmente, traremos os elementos mais gerais acerca de uma problematização dos desafios instaurados pela recente flexibilização curricular no ensino médio, regulamentada pela Lei nº 13.415/2017.Palavras-chave: Sociologia escolar; Pós-estruturalismo; Flexibilização curricular
Mais informações da obra no final do artigo RESUMOEste artigo persegue dois objetivos: a) oferecer uma reflexão teórico/metodológica do currículo e dos manuais didáticos a partir de uma perspectiva discursiva; b) realizar um exercício de aplicação desse referencial teórico na análise do discurso de alguns manuais didáticos de Sociologia aprovados pelo PNLD 2018. Analisam-se os livros: Tempos Modernos, Tempos de Sociologia; Sociologia para Jovens do Século XXI; Sociologia Hoje e Sociologia. Numa perspectiva pós-estruturalista, currículo e livros didáticos são concebidos como práticas discursivas, objetos que se entrecruzam num incessante processo de produção de discursos, identidades, sujeitos. O artigo identifica, nos manuais analisados, a presença de uma formação discursiva (imaginação sociológica) que interpela o sujeito no sentido de atribuir a ele um determinado lugar no mundo simbólico, além de identificar as filiações sociais, históricas e políticas dessa formação situando-a num projeto mais geral de produção da subjetividade política dos sujeitos. ABSTRACTThis article pursues two objectives: a) to offer a theoretical / methodological reflection of the curriculum and textbooks from a discursive perspective; b) to carry out an exercise in the application of this theoretical reference in the discourse analysis of some didactic manuals of Sociology approved by PNLD 2018. The following books are analyzed: Modern Times, Times of Sociology; Sociology for Young People of the 21st Century; Sociology Today and Sociology. From a poststructuralist perspective, curriculum and textbooks are conceived as discursive practices, objects that intersect in an incessant production process of discourses, identities, subjects. The article identifies, in the manuals analyzed, the presence of a discursive formation (sociological imagination) which challenges the subject in the sense of assigning to him a certain place in the symbolic world, besides identifying the social, historical and political affiliations of this formation, situating it in a more general project of production of the subjects' political subjectivity.
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