O Aldicarb, conhecido vulgarmente como "chumbinho", é comercializado clandestinamente no Estado do Rio de Janeiro e está envolvido com envenenamentos, suicídios e homicídios, acarretando um grave problema de saúde pública. Este trabalho objetiva apresentar o perfil de mortalidade por Aldicarb no Estado do Rio de Janeiro, referente ao período de 1998 a 2005. Através de um banco de dados secundários do Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IMLAP/RJ),que contém resultados de laudos toxicológicos e características dos periciados, foi realizado um estudo descritivo. Foram detectados 746 casos positivos de intoxicação por Aldicarb. O sexo masculino (67,2%) prevaleceu sobre o feminino (32,8%). Quanto à idade, há um predomínio de intoxicação entre indivíduos adultos (56%). Em relação à cor da pele, prevaleceu a cor branca (52,1%). O período com os maiores números de casos foi o de 1998 a 1999 (43,5%). O município com maior concentração de casos foi o Rio de Janeiro, com 440 (59,8%). Dos 746 casos, 601 (80,6%) tinham informações das circunstâncias, sendo que a maior prevalência de hospitalização foi para circunstância indeterminada com remoção do cadáver em via pública (45,1%). Sua comercialização e uso irregular, principalmente na região metropolitana do Rio de Janeiro, demonstram que ações de fiscalização para coibir a sua utilização deveriam ser mais intensas.
Cad. Saúde Colet., 2014, Rio de Janeiro, 22 (1): 8-15Resumo Esta pesquisa objetivou identificar os fatores de risco associados às circunstâncias envolvendo alcoolemia no município do Rio de Janeiro, no período de 1998 a 2005. As variáveis utilizadas para os casos considerados como positivos com quantificação de álcool no sangue, levando-se em consideração o limite estabelecido pelo Código de Trânsito Brasileiro vigente no período (≥0,6 g/L), foram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do ano de 2000, as ocorrências registradas pelo Instituto Médico Legal, idade média e média de concentração de álcool das vítimas. A variável média de concentração de álcool foi significativa (p<0,001), explicando 38% da variação dos casos de "Afogamento", assim como o IDH (p=0,008) explicou 29% da variação dos casos com "Vítimas de projétil de arma de fogo". Para a variável IDH, foram obtidas relações inversas, quando associada às circunstâncias que se referiam à violência ("Agressão", "Vítima de projétil de arma de fogo" e "Enforcamento"). Portanto, é possível inferir que os casos de morte por estas circunstâncias de violência aumentam quando os valores do IDH são mais baixos. Além disso, os achados deste estudo indicaram que os municípios não banhados pelo mar apresentaram os maiores índices de "Afogamento", corroborando a literatura existente.Palavras-chave: afogamento; toxicologia; fatores de risco. AbstractThis research aimed to identify risk factors associated with the circumstances involving blood alcohol in the city of Rio de Janeiro in the period 1998−2005. The variables used for the cases considered positive with blood alcohol measurement taking into account the limit set by the Brazilian Traffic Code in effect during the period (≥0.6 g/L) were Human Development Index (HDI) 2000, the incidents recorded by the Institute of Forensic Medicine, average age, average alcohol concentration of victims. The variable average alcohol concentration was significant (p<0.001) explaining 38% of the variation in cases of drowning, as well as the HDI (p=0.008) explained 29% of the variation in cases with victims of the projectile from a firearm. Inverse relationships were obtained for the variable HDI when combined with the circumstances that pertained to violence ("Aggression", "Victim of the projectile of a firearm" and "Hanging"). Therefore, is possible to assume that the deaths from these conditions of violence increases when the HDI is lower. Moreover, the findings of this study indicated that the municipalities not bordering the sea have higher rates of "Drowning", corroborating the literature.
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