. bioetica@unb.br RESUMO OBJETIVO. Avaliar a postura de médicos frente à informação do diagnóstico e prognóstico de câncer aos pacientes, familiares ou ambos, incluindo uma análise bioética do conflito verificado entre beneficência, respeito à autonomia do paciente e paternalismo. MÉTODOS. Foram entrevistados 38 médicos responsáveis por pacientes com neoplasias malignas em um hospital terciário. O questionário foi dividido em duas partes. Uma com dados gerais do entrevistado e outra com perguntas específicas sobre a transmissão das informações ao paciente e também avaliação da compreensão do médico sobre beneficência. RESULTADOS. INTRODUÇÃOA humanidade alcançou significativas conquistas nos últimos anos. O rápido progresso biotecnocientífico fez com que o médico passasse a enfrentar situações novas. Neste contexto, surgiu a necessidade de uma postura profissional mais coerente com a realidade atual e que ampliasse sua formação, basicamente deontológica, para outra mais abrangente, fundamentada na Bioética.A beneficência médica é habitualmente relacionada à bondade, caridade, altruísmo, amor. No entanto, o entendimento de beneficên-cia que se procurou utilizar no presente estudo é mais amplo, conforme a teoria proposta por Beauchamp & Childress 1 . A beneficência consiste em todas as formas de ação que tenham como objetivo beneficiar outras pessoas, diferente da benevolência que se refere à virtude, ao traço de caráter de quem procura beneficiar os outros. O princípio bioético da beneficência consiste na obrigação moral de se agir em benefício de outros 1 . A procura por fazer o bem está na essência do juramento hipocrático; o médico deve empenhar-se em proporcionar a atenção mais adequada possível ao paciente e em protegê-lo diante de qualquer possibilidade de dano ou injustiça.A beneficência, no entanto, quando exagerada, transforma-se em paternalismo, uma extrapolação de limites motivada por boas intenções. A relação médico-paciente é assimétrica devido à fragilidade natural do paciente, por um lado, e à autoridade e poder do profissional decorrente do saber, pelo outro. Ao procurar o médico, o paciente transfere a responsabilidade por si mesmo ao outro. Esta assimetria pode levar o profissional a não perceber a indispensável reciprocidade que deve existir na relação e seus procedimentos acabam por anular o objeto do cuidado, o paciente: "...esta elevação do saber ao poder leva à passagem da beneficência ao paternalismo" 2 . Segundo Silva, "a singularidade do paciente não deve ser desprezada, seus benefícios não devem se restringir à esfera terapêutica, não se pode separar o problema daquele que o possui" 2 .Duas condições são necessárias para que uma pessoa possa agir com autonomia: a liberdade e a qualidade do agente 1 . Não respeitar a autonomia de uma pessoa significa tratá-la como um meio, de acordo com os objetivos dos outros, inclusive do agente da ação, sem levar em conta os objetivos da própria pessoa. Os sentimentos e preocupações para com os outros levam as pessoas a ações que não podem ser reduzid...
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.