O artigo apresenta teses que sustentam que as crianças são parte da sociedade e do mundo e que é possível e necessário conectar a infância às forças estruturais maiores, ampliando as condições para a pesquisa sociológica dessa categoria social. Argumenta, a partir de eventos e estudos que tendem a excluir as crianças de suas análises, que o foco no desenvolvimento infantil e na socialização tradicional dificultou o reconhecimento da infância como fenômeno social. Como conclusão, indica a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para estabelecer relações entre a infância, como categoria, e as crianças, em suas vivências cotidianas; e para prover um quadro positivo ou negativo das condições de vida das crianças em geral, com vistas a compreendê-las como cidadãs.
ApresentaçãoNos países do hemisfério norte, um dos símbolos da consolidação de uma área de conhecimento é a publicação de um handbookem português, manual ou compêndio -cujos capítulos apresentam um breve estado da arte de seus respectivos temas. Em 2009, The Palgrave Handbook of Childhood Studies foi publicado, indicando o reconhecimento da área dos estudos da infância. Sabe-se que as crianças foram principalmente investigadas pela psicologia ou pela pedagogia e que as ciências sociais pouco produziram sobre elas, priorizando estudos sobre a família ou sobre a escola. Há pouco mais de vinte anos, entretanto, começaram a tornar-se o foco dos estudos sociais da infância, que a tomaram como um fenômeno social. Nesse sentido, foi definido um campo que investiga as crianças como agentes sociais, produtoras de culturas, e a infância como categoria na estrutura social, o que ampliou de modo significativo a produção de conhecimento sobre as relações sociais estabelecidas entre as próprias crianças (seus pares) e com os adultos (relações intra e intergeracionais), sobre suas competências como protagonistas de suas vidas, como agentes sociais cuja ação modifica/transforma os mundos sociais nos quais estão inseridas. O texto do Prof. Jens Qvortrup, responsável pela constituição do primeiro grupo de pesquisa no campo da sociologia da infância (RC53) na Associação Internacional de Sociologia (ISA), e um dos organizadores do Handbook, trata da infância como estrutura social. Publicado como primeiro capítulo do The Palgrave Handbook of Childhood Studies, o trabalho apresenta a infância como segmento na estrutura social e as aplicações de uma perspectiva estrutural, ou seja, inserido nos fundamentos teóricos dos estudos da infância, o capítulo define uma abordagem que difere tanto de pesquisas sobre socialização quanto de estudos sobre desenvolvimento infantil, oferecendo elementos para a realização de pesquisas que tenham como objeto a infância como categoria social, portanto diversa e complementar às outras categorias. A leitura do texto remete a outros temas, tratados por diferentes autores nos demais capítulos, o que faz os pesquisadores brasileiros almejarem a tradução integral do livro. Palavras-chave
In this brief overview only a few points could be sketched. Other important issues have been the consequences for children of the break up of the family, such as di vorce and consensual unions; the legal position of children has been of interest, as it has also gained importance internationally in recent years through the new UN child convention. Generally, however, the importance of the project lies, we believe, in its efforts to bring structural, sociological and economic theories and methods to bear on childhood, while perceiving childhood as a social construction. It has been a central idea from the outset, that there was nothing mysterious about children that preven ted us from approaching childhood scientifically as any other social category is ap proached. This is, we believe, one way of taking children seriously.*
Este artigo pretende discutir os diferentes significados de ‘criança’, ‘crianças’ ou ‘infância’, em diferentes contextos, com vistas a analisar a pertinência do que pode ser chamado de visibilidade – ou invisibilidade – da infância. São utilizados, para a discussão, conceitos auxiliares, como público/privado, e dicotomias, como proteção/participação. Observa-se, no decorrer da análise, que a ideia de visibilidade ou invisibilidade das crianças e da infância é ambígua e que seus significados variam historicamente. O artigo apresenta ainda uma avaliação em relação à produção de estatísticas sobre a infância e as crianças, e, nessa linha, analisa o lugar das crianças na política social.
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