Os avanços tecnológicos das últimas décadas impulsionaram os métodos de tratamento contra a infecção pelo HIV, como a terapia antirretroviral (High Active Antiretroviral Therapy- HAART), que trouxe melhorias para a qualidade de vida dos portadores do vírus HIV. No entanto, efeitos colaterais do tratamento podem contribuir para o aumento nas taxas de colesterol e índices de gordura localizada. Assim, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a relação entre o nível de atividade física de pessoas com 50 anos ou mais vivendo com HIV/AIDS e sua relação com alterações metabólicas. Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal, conduzido com pacientes HIV assistidos em um Serviço de Atendimento Especializado em HIV/Aids, localizado no município de Francisco Beltrão – Estado do Paraná, Brasil. Foram coletados dados sociodemograficos, metabólicos, de atividade física, tempo de infecção, uso de medicamentos antirretrovirais, taxa de linfócitos TCD4+ e ocorrência de infecções oportunistas. Os achados indicaram uma prevalência de atividade física de 69,2%, o que é superior aos valores gerais da população brasileira. Ademais, os participantes classificados como fisicamente ativos apresentaram HDL e colesterol total elevados, indicando uma possível influência da prática esportiva e/ou tratamento HAART nos parâmetros metabólicos. Implicações e limitações são discutidas, sendo enfatizado o fato de que os dados apresentados são importantes para o planejamento de ações de prevenção e intervenção em saúde coletiva com relativo baixo custo. Porém, é preciso ter em perspectiva que, muitas vezes, o acesso à essa população é restrito e que questões relativas ao estigma e preconceito precisam ser ainda superadas.
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