Este artigo rediscute a climatologia regional do Sudeste brasileiro utilizando como estratégia, os dez mandamentos (ou dez características) fundamentais dos fatores e dinâmicas que explicam a sua gênese. Apóia-se no clássico trabalho de Edmon Nimer (1979) e em vasta bibliografia para colocar em discussão os princípios gerais e as particularidades dos climas regionais. Objetiva demonstrar como a localização, a rugosidae do relevo, a vasta zona costeira e os planaltos e vales interiores, inseridos num quadro de dinâmica atmosférica complexa, produz peculiaridades únicas, fazendo com que a região Sudeste do Brasil apresente uma das mais variadas gamas de tipos e subtipos climáticos.
Resumo: Um dos temas mais relevantes discutidos atualmente é a questão da variabilidade e das mudanças climáticas. Diversas pesquisas apontam que as temperaturas mundiais têm aumentado consubstancialmente, nos últimos anos, e, especialmente devido a fatores como o uso e ocupação do solo e diferentes formas de poluição. Embasados nesta discussão o objetivo deste artigo é apresentar alguns dados oriundos desta relação sociedadenatureza tomando como viés analítico a variabilidade e aumento das temperaturas, em quatorze cidades de pequeno e médio porte do Estado de São Paulo. Com base em técnicas comparativas entre a última normal climatológica (1961 -1990) e período recente (1991 -2011) e técnicas estatísticas (análise de cluster), foram identificados as principais estações sazonais e décadas em que ocorreram os maiores aumentos das temperaturas máximas e mínimas, além de identificar semelhanças e discrepâncias espaciais em todo o Estado. Os resultados indicam que o aumento das temperaturas no estado de São Paulo foi mais expressivo para as mínimas, quando comparadas às temperaturas máximas. Ressalta-se que esses aumentos ocorreram especialmente durante a primavera, para as máximas, e verão, para as mínimas. Comprovou-se que houve um aumento gradativo das temperaturas ao longo do período analisado sendo que entre os anos de 1960 a 1980 ocorreram, predominantemente, temperaturas mais amenas, enquanto que nas décadas de 1990 e 2000 ocorreram os anos mais quentes da série, com aumentos médios de até 2,3ºC para a cidade de Votuporanga, para as temperaturas máximas e de 1,8ºC e 1,6º C para as temperaturas mínimas nas cidades de Santos e Presidente Prudente, respectivamente. Palavras-chave:Temperatura, Mudanças Climáticas, Normal Climatológica, Estado de São Paulo. Abstract: One the most themes relevant discussed currently is the variability question and climate change. Several researches indicate that world temperatures have increased substantially, in the last years, especially due to factors as land use and occupation and different forms of pollution. Based on this discussion, the objective this article is present some data from this society-nature relation taking as analytical bias the variability and increases the temperatures in fourteen small and medium-sized cities de São PauloState. By means of comparative techniques between the last climatological normal (1961 -1990) and recent period (1991 -2011)
Resumo.A história da humanidade tem-se desenrolado num mundo de mudanças constantes, por vezes lentas, outras rápidas, em parte devido a intervenções humanas, com as suas consequências intencionais ou involuntárias, e em parte devido a causas naturais. Não há nisto seguramente qualquer razão para pensar que, a médio e longo prazo, seja possível prever os acontecimentos futuros. Por não termos a capacidade de lidar com as grandes catástrofes, por limitações tecnológicas, econômicas ou políticas, a humanidade optou por resignar-se aceitando a vulnerabilidade diante dos eventos de grande magnitude (e mais raros), em troca de uma maior capacidade de lidar com as perturbações menores e comuns. As cidades, como espaços produzidos, ao mesmo tempo em que criam oportunidades civilizatórias, também se transformam em armadilha ambiental. A cidade é um sistema de fixos e de fluxos, que se relacionam e se produzem de forma contraditória. Para Santos (2002), estes derivam das intervenções sociais e econômicas no ambiente intra-urbano, por meio das relações entre os agentes sociais. Entretanto é possível admitir que dentre os tipos de fluxos que atuam no espaço urbano, numa perspectiva ambiental, encontra-se a dinâmica atmosférica e o ritmo climático, que funcionam como forças capazes de agir de forma a pressionar o sistema urbano, ao produzir tipos de tempo que afetam e, não raras vezes condicionam a vida cotidiana das cidades. Como a produção do espaço urbano segue a lógica da reprodução capitalista, portanto gerador de espaços segregados e fragmentados, longe de se produzir um sistema que respeite e se adapte às condições ambientais e naturais, é de se esperar que esta contradição resulte em impactos altamente sensíveis aos diversos grupos sociais que habitam a cidade de forma também desigual, tornando as desigualdades sociais, ainda mais agudas. Admitindo que, em geral, o equilíbrio entre o sistema urbano e o sistema climático é precário, então quanto maior o desequilíbrio entre estes sistemas, maior a vulnerabilidade urbana, principalmente nas cidades da periferia do mundo desenvolvido, como é o caso das cidades tropicais brasileiras. Se a cidade é o habitat da modernidade, se os sistemas urbanos são altamente complexos e desiguais e, se a atmosfera urbana é o produto da interação entre as variáveis do clima e as intervenções socioeconômicas, então os diversos grupos sociais não experimentam nem se relacionam com o tempo e o clima urbano da mesma forma. Espaços desiguais potencializam os efeitos do clima, que se manifestam, também, de forma desigual. Nesta perspectiva, tem-se que admitir que o clima urbano possa ser interpretado como uma construção social. Se o espaço urbano (os fixos) é uma armadilha, uma presa fácil para a ação dos eventos extremos numa visão fatalista, teríamos que aceitar o fato de estarmos "condenados" à cidade -à cidade enferma, como nos provoca Gaspar (2009). Mas, o espaço urbano também pode ser uma oportunidade (MONTEIRO, 2010), ainda que utópica, de construirmos uma cidade que seja o território d...
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