An overview of the archaeological data produced over the last decades for Brazil, coupled with a background of recent paleoenvironmental studies, suggests that during the mid-Holocene vast areas of Central Brazil ceased to be occupied by human groups. Independent data from dated human skeletons, rock-shelter stratigraphy, and chronology of open-air sites converge to support the inference that these areas were depopulated or altogether abandoned. Paleoenvironmental data suggest that dryness events constitute the major cause behind the observed trends. This phenomenon expands the already perceived notion that climatic stresses had a major role in the shaping of human settlement patterns in marginal environments, such as deserts and high-altitude settings.
The Botocudo Indians were hunter-gatherer groups that occupied the East-Central regions of Brazil decimated during the colonial period in the country. During the 19th century, craniometric studies suggested that the Botocudo resembled more the Paleoamerican population of Lagoa Santa than typical Native Americans groups. These results suggest that the Botocudo Indians might represent a population that retained the biological characteristics of early groups of the continent, remaining largely isolated from groups that gave origin to the modern Native South American variation. Moreover, recently, some of the Botocudo remains have been shown to have mitochondrial and autosomal DNA lineages currently found in Polynesian populations. Here, we explore the morphological affinities of Botocudo skulls within a worldwide context. Distinct multivariate analyses based on 32 craniometric variables show that 1) the two individuals with Polynesian DNA sequences have morphological characteristics that fall within the Polynesian and Botocudo variation, making their assignation as Native American specimens problematic, and 2) there are high morphological affinities between Botocudo, Early Americans, and the Polynesian series of Easter Island, which support the early observations that the Botocudo can be seen as retaining the Paleoamerican morphology, particularly when the neurocranium is considered. Although these results do not elucidate the origin of the Polynesian DNA lineages among the Botocudo, they support the hypothesis that the Botocudo represent a case of late survival of ancient Paleoamerican populations, retaining the morphological characteristics of ancestral Late Pleistocene populations from Asia.
Uma revisão das informações arqueológicas produzidas no Brasil e países vizinhos durante as últimas décadas, aliada a uma análise de estudos paleoambientais recentes, sugerem que durante o Holoceno Médio amplas áreas da América do Sul deixaram de ser ocupadas por grupos humanos. Dados independentes, como datações de esqueletos humanos, estratigrafia de abrigos rochosos e cronologia de sítios arqueológicos a céu aberto convergem para a idéia de que tais áreas foram, no mínimo, fortemente depopuladas. Dados paleoambientais sugerem que eventos de seca constituíram a principal causa por trás das tendências observadas. Nossas conclusões expandem a noção já existente de que estresses climáticos têm um papel importante na conformação de assentamentos humanos em ambientes marginais, como desertos e altitudes elevadas, mostrando que o mesmo pode ocorrer nas terras baixas tropicais e subtropicais.
RESUMO: Desde sua primeira descoberta entre 1842 e 1843, pelo naturalista dinamarquês Peter W. Lund, os remanescentes ósseos humanos de Lagoa Santa, Brasil Central, estavam destinados a impactar de forma indelével os estudos sobre as origens dos primeiros americanos. Entre sua primeira descoberta e a década de 1970, a palavra homogeneidade biológica foi sempre aplicada a esses remanescentes como sinônimo de identidade biológica populacional. Mello e Alvim (1977; ver também Mello e Alvim et al., 1983Alvim et al., -1984) associou a esse termo um novo significado: o de que tal população apresentava uma diversidade biológica extremamente reduzida, quando comparada a outras populações humanas, tendo sugerido, a partir daí, que a população antiga de Lagoa Santa teria sido formada originalmente por poucos indivíduos e vivido de forma isolada de outras populações contemporâ-neas. Essa sugestão teve grande impacto na comunidade arqueológica brasileira, levando alguns arqueólogos a tentar compreender certos aspectos da cultura material e da organização social desses primeiros americanos da perspectiva do isolamento. Neste trabalho demonstramos, com a ajuda de cál-culos simples sobre quantificação em antropologia, disponíveis na literatura há pelo menos um século, que a proposta de Mello e Alvim (1977) não resiste nem mesmo a uma análise superficial dos dados disponíveis sobre a variabilidade craniométrica desses primeiros americanos. Contrariamente à proposta daquela autora, a população paleoíndia tardia de Lagoa Santa está entre as populações humanas mundiais mais diversas biologicamente.
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