ResumoO artigo examina a contribuição da Medicina complementar para o Sistema Único de Saúde -SUS em um novo contexto de institucionalização. A reflexão analisa políticas oficiais de instituições sanitárias, como a OMS e o Ministério da Saúde, além da literatura especializada no tema. As práticas integrativas e complementares no SUS, em meio a um itinerário de crescente legitimação, valorizam recursos e mé-todos não biomédicos relativos ao processo saúde/ doença/cura, enriquecem estratégias diagnóstico/ terapêuticas e podem favorecer o pluralismo médico no Brasil. Desse modo, o atual sistema público de saúde transporta para seu interior outros saberes e racionalidades de base tradicional, que passam a conviver com a lógica e os serviços convencionais da biomedicina. O artigo acentua a discussão antropológica sobre integralidade em políticas públicas de saúde, com ênfase nos aspectos sociais, simbólicos e culturais que as realidades sanitárias necessariamente abrigam. Em conclusão, chama-se a atenção para a necessidade de aprofundamento do conceito de integralidade, bem como para o enfrentamento dos desafios práticos que sua implantação requer.
Em muitos países, agências de saúde e governos têm proposto uma integração entre diferentes sistemas médicos dentro de serviços públicosnacionais. No Brasil, a inclusão das terapias complementares e tradicionais no Sistema Único de Saúde constitui importante marco para a expansão das opções terapêuticas da população. Quais são as implicações deste empreendimento? Este artigo constitui uma reflexão sobre práticas indígenas de cura no Nordeste brasileiro como recurso terapêutico aos serviços convencionais de saúde e contribui para o debate sobre a diversidade dos sistemas médicos. Trata-se de exame das políticas públicas e diretrizes oficiais de saúde que propõem a integração da biomedicinacomaspráticasterapêuticas indígenas. O assunto é discutido considerando-se o pluralismo médico e a intermedicalidade, entendida como espaço contextualizado de medicinas híbridas. A discussão está baseada em revisão de literatura especializada, pesquisa documental e etnografia do povo Pitaguary no Nordeste do Brasil. A intermedicalidade ilustra uma forma particular de cuidados de saúde, tendo em conta crenças culturais e práticas terapêuticas articuladas a interesses e costumes das comunidades indígenas, pondo em contato vários elementos culturais.
http://dx.doi.org/10.5007/1807-1384.2017v14n2p57Discutem-se as concepções da Redução de Danos no âmbito do uso e abuso das substâncias psicoativas através das práticas terapêuticas da abordagem de rua em território urbano, no Projeto Consultório de Rua. Trata-se de um estudo empírico, com natureza qualitativa e exploratória, no município de Fortaleza-CE. A sistematização do conhecimento desdobrou-se na perspectiva crítico-analítica de análise do fenômeno social e de suas relações com o campo da saúde mental, pela práxis social, através de pesquisa de campo, por meio do diário de campo e entrevista semiestruturada, e revisão de literatura especializada. Por meio da análise de conteúdo consideraram-se as categorias Cuidado, Acessibilidade, Territorialidade, Estratégia, Política e Escuta. Foi discutida a Política de Redução de Danos enquanto estratégia transversal nas práticas terapêuticas da abordagem de rua na saúde pública.
Resumo Embora em franca expansão, a pesquisa qualitativa enfrenta desafios no campo da saúde. O objetivo é analisar o ensino de pesquisa qualitativa em saúde na pós-graduação no Brasil na perspectiva de atores envolvidos no processo, visando compreender desafios e possibilidades na formação de futuros pesquisadores. Foram conduzidos três grupos focais, totalizando 37 participantes no espaço de um congresso de pesquisa qualitativa em saúde. Emergiram quatro categorias na análise: campo científico biomédico; produtivismo e avaliação acadêmica; estratégias de ensino e currículo e formação de educadores. Os resultados revelam desafios na formação de pesquisadores em pesquisa qualitativa no Brasil num campo científico dominado pela tradição positivista, baixo letramento de cientistas em métodos qualitativos e predomínio da cultura acadêmica produtivista. Conclui-se que o preconceito dificulta a formação de novos pesquisadores, mas há iniciativas de excelência na formação, como o ensino obrigatório dessa abordagem na graduação e o ensino interdisciplinar na pós-graduação.
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