As diferenças culturais existentes na sociedade brasileira pressionam e penetram como nunca antes a educação escolar. Todavia, a escola permanece assentada no paradigma científico newtoniano-cartesiano, erigido na modernidade ocidental como parte constitutiva da estrutura de dominação montada desde 1500, a colonialidade do poder. Como via de rompimento com esta realidade é necessário fortalecer a interculturalidade desde epistemologias subalternizadas que ajudem a proceder uma descolonização epistemológica. Neste sentido, o objetivo deste artigo é apontar a potencialidade do paradigma da afrocentricidade para a construção de uma educação intercultural crítica que leve à reinvenção da educação escolar. Interculturalizar a educação implica em reinventar a escola em suas diversas dimensões, incorporando a diferença como constitutiva e não como aditiva. Consiste na abertura epistemológica da educação para a diferença. A partir daí propõe-se que o paradigma da afrocentricidade, enquanto epistemologia subalternizada permite repensar a educação escolar em diversos sentidos. Considerar referenciais de pensamento africano na educação é um processo de abertura intercultural, de descolonização epistemológica, de contrariedade à colonialidade do poder. Ao mesmo tempo é a proposição de outras formas de relação com as diferenças culturais. Palavras-chave: Educação escolar. Diferenças culturais. Afrocentricidade.
Para além da introdução de tecnologias digitais de informação e comunicação no ensino, é preciso repensar a escola e suas concepções. Este artigo discute a Educação 3.0 a partir de uma revisão de literatura e aponta o pensar complexo e transdisciplinar como base paradigmática para pensar uma educação outra, mais ampla, dinâmica e contextualizada, distinta do modelo individualista e transmissivo hegemônico. Trata-se de um estudo teórico realizado a partir da revisão de literatura disponível na internet e indexada no Google Acadêmico. Corrobora a urgência de transgredir fronteiras e reelaborar os modelos educacionais frente ao mundo contemporâneo. A complexidade e a transdisciplinaridade propõem mudanças profundas na educação. A Educação 3.0 aponta para uma escola crítica, adequada aos alunos atuais, incorporando tecnologias digitais e a formação para o trabalho. Trata-se de reconfigurar o sentido e os modos de ser da escola.
A questão das diferenças culturais tem sido foco de muitos estudos educacionais contemporâneos. Busca-se, construir uma educação aberta às diferenças pautada no respeito e, na valorização da diversidade, o que exige repensar a formação inicial e continuada de professores. Assim, o objetivo deste estudo, de caráter teórico, (VILAÇA, 2010) é discutir a possibilidade de interculturalizar criticamente a formação de professores. Problematizamos as relações assimétricas produzidas pela colonialidade do poder (QUIJANO, 1992), entendendo as diferenças culturais como, criações discursivas (SILVA, 2014) historicamente hierarquizadas em uma educação monocultural (VEIGA-NETO, 2003) que vem sendo fortemente questionada por outros sujeitos e outras pedagogias (ARROYO, 2012). A perspectiva de educação intercultural (CANDAU, 2016) emerge neste contexto propondo uma abertura radical às diferenças (WALSH, 2010), inclusive em estudos sobre a formação de professores (CANEN; XAVIER, 2005; MELO 2014). Diante desta conjuntura, a proposição feita neste trabalho é que os cursos de licenciatura incluam em seus currículos epistemologias não-ocidentais a fim de interculturalizar radicalmente a formação de professores. Por fim, consideramos que esta proposta é um desafio que impulsiona a criação de outros modos de educar.
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