O discurso didático que a escola vem construindo ao longo da história da educação brasileira tem em seu bojo o centralismo epistemológico eurocêntrico institucionalizado. Sendo assim, entendemos ser necessário a constante problematização em torno desses discursos na ação docente. Neste artigo, temos como objetivo analisar a forma como são discursivizadas a História e Cultura Afro-Brasileiras, Africanas, e Indígenas no discurso didático do livro de Física do Ensino Médio Integrado ao Técnico em uso no IFBA, campus Eunápolis. Realizamos uma pesquisa bibliográfica por meio da análise de um corpus constituído de materialidades advindas da coleção, Compreendendo a Física, Alberto Gaspar – 3. ed. – São Paulo: Ática, 2016. Para isso mobilizamos a análise do discurso de linha francesa, as teorias fundantes desta pesquisa de perspectiva multicultural e decolonial, bem como discussões acerca do Livro Didático, esse aparato didático tão presente nas salas de aula e tão pouco consensual. Os resultados apontam que o discurso didático da coleção analisada, não se movimenta para a efetivação de fato da legislação específica do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira na rede regular de educação básica. Por isso podemos afirmar que há necessidade de ampliação no plano conceitual e epistemológico do que significa construir uma proposta didática sob a perspectiva racial, que considere para o ensino de Física, as epistemologias africanas e indígenas que potencializam a descolonização deste artefato cultural. Palavras-chave: Relações étnico-raciais. Livro didático. Descolonização. Discurso didático.
Física -Estudo e ensino. 2. Física -Pesquisa -Estudo de casos. 3. Professores de física -Formação. I. Maravieski, Sabrina Passoni. II. Série. CDD 530.07 Elaborado por Maurício Amormino Júnior -CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
Neste trabalho, foi realizada uma análise documental com o objetivo de identificar como são tratados nos currículos de Física do Ensino Médio Integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, campus Eunápolis, os conteúdos de História e Cultura Afro-indígena. O referencial teórico está embasado nas teorias do currículo multicultural e decolonial e na afrocentricidade, além das bases curriculares nacionais para o ensino de Física no Ensino Médio profissional. As análises indicam que, diante da predominância de cálculos e da visão eurocêntrica de construção do conhecimento científico, não há, no currículo, nada sobre filosofia e história das ciências que contemple narrativas sobre grupos historicamente marginalizados. A construção de um currículo afrocentrado e decolonial atenderá as questões legais e históricas, além de uma problematização constante entre os professores de Física.
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