Neste artigo relataremos momentos da produção criativa do grupo Obra Aberta, sediado em Campinas - SP e dedicado a música experimental e improvisação, nos quais os performers direcionam sua escuta a partir de propostas consolidadas nesse domínio. O objetivo deste artigo é esclarecer de que forma a escuta, fazendo parte do ciclo do processo criativo, influenciou as maneiras de tocar e de criar desse grupo. Tais direcionamentos na escuta estão baseados nas propostas da escuta reduzida de Pierre Schaeffer, do deep listening de Pauline Oliveros e da ideia de movimento virtual do som de José Augusto Mannis, estudadas e trabalhadas através de exercícios práticos de improvisação e de escuta, além de peças abertas e jogos musicais. Os resultados são discutidos com base em conceitos e no modelo de processo criativo de José Augusto Mannis, cuja ideia principal é a de um processo que se dá através da contínua interação entre as instâncias de percepção, análise e síntese.
Este texto traz uma reflexão acerca do trabalho do Personne, uma reunião de artistas interessados na produção de trabalhos que envolvem o repertório da música contemporânea e das artes sonoras, em sua articulação com outras formas artísticas. O grupo nasceu do projeto de transcriação da Symphonie pour un homme seul, obra referencial da musique concrète, para uma versão instrumental. Neste projeto e nos trabalhos subsequentes, transparece a criação voltada para a experimentação, no sentido de uma exploração da prática de cada um de seus integrantes, sem que haja qualquer desejo ou tentativa de formalizar essa prática. Assim, o texto apresenta as reflexões e indagações de cinco integrantes do Personne que, partindo dos próprios trabalhos do grupo, acabam por projetar suas concepções críticas em relação à música e às artes sonoras em geral.
Resumo Neste trabalho formalizamos ferramentas que permitem a composição de trabalhos radiofônicos e de performance através de um pensamento musical. Para isso partimos da análise da peça Words and Music, de Samuel Beckett, correlacionando seus usos de gestualidades, repetições, da escuta reduzida, e dos usos possíveis da voz em peças radiofônicas a obras e conceitos do repertório musical do século XX.
A proposta deste estudo cujo foco é a obra Arcos sonoros da catedral Anton Brucknermeditação sinfônica (1996) do compositor Almeida Prado é apresentar uma reflexão norteada por três tipos de análises: a estrutural, onde materiais e técnicas composicionais são investigados; a semiótica, que trata da compreensão e interpretação de significados expressivos presentes no texto musical e a comparativa, com a função de identificar semelhanças e aproximações entre esta obra de Almeida Prado e as sinfonias de Bruckner. Após breves exposições sobre Almeida Prado e sobre a obra sinfônica de Bruckner, bem como a apresentação da fundamentação teórica, o estudo se centraliza nos gestos empregados por Almeida Prado ao longo da peça. Na medida em que as análises vão sendo efetuadas, a integração das três vertentes analíticas é constantemente buscada, na intenção de que os resultados alcançados possam proporcionar uma visão o mais integral possível de cada gesto presente. A edição digitalizada da obra, baseada no manuscrito de Almeida Prado e a composição de uma obra com base neste estudo fazem parte do trabalho.
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