Historicismo, ciência e poder de classii cação. Re exões em torno da problemática da democracia em África e em Angola 1 José Carlos Venâncio "O universalismo judaico-cristão acasalou ilicitamente com o etnocentrismo ocidental no interior da História-dando ao mundo um bastardo chamado «progresso»". Ali A. Mazrui [2001: 271] Resumo O artigo começa com uma refl exão sobre o historicismo, a formação da ciência moderna e a subalternização do Outro não ocidental e a incidência destes conceitos e processos sobre a realidade africana. No sentido de demonstrar como tais conceitos e processos desvirtuam, muitas vezes, a realidade que pretendem estudar, tomou-se como exemplo o conceito de democracia que, para o devido efeito, foi entendido no seu sentido amplo, i.e., envolvendo as suas dimensões institucional e vivencial. Este entendimento de democracia permitiu-nos relevar a relação ambígua que as sociedades e os Estados africanos têm para com o mesmo: se as vivências africanas são geralmente marcadas pela tolerância, se as decisões políticas dos chefes tradicionais eram/são, em princípio, partilhadas com conselhos que os assistem/ iam, o mesmo não se tem acontecido, numa larga maioria de situações, com a vigência do Estado moderno, do Estado pós-colonial. Na análise deste processo, elegeu-se o actual momento político em Angola como estudo de caso.
, neste ano, 90 anos de vida. Coube ao sociólogo José Carlos Venâncio, um dos académicos que tem trabalhado a obra literária de Uanhenga Xitu, proferir o elogio do doutorando. O texto que se segue é a Laudatio então proferida na cerimónia, que teve lugar nas instalações da Universidade Metodista de Angola, na Funda (arredores de Luanda). Laudatio 2 É já longa a amizade que me une ao escritor, político e nacionalista angolano Agostinho André Mendes de Carvalho, igualmente conhecido (sobretudo no mundo das letras) por Uanhenga Xitu. Remonta ao Outono de 1986, quando o próprio, então embaixador na República Democrática Alemã, se deslocou a Frankfurt, mais propriamente à famosa Feira do Livro desta cidade, para receber, em nome do poeta e amigo António Jacinto, o "Noma Laudatio de Agostinho André Mendes de Carvalho (Uanhenga Xitu), escritor e na...
After describing and discussing the conditions of artistic production in peripheral contexts, the course of the Angolan visual arts from the end of the colonial period to the present time is analysed, a period when these enjoy a relative international projection. This projection is the result of a double sustainability: on the one hand, the material conditions for creation and artistic production and, on the other hand, the sustainability or maintenance of an aesthetic pattern rooted in the tradition and history of the country. Contextos periféricos de criação artística: o caso angolanoResumo Depois de se descrever e discutir as condições de produção artística em contextos periféricos, analisa-se o percurso das artes plásticas angolanas desde finais do período colonial até à atualidade, momento em que as mesmas desfrutam de uma relativa projeção internacional. Essa projeção é o resultado de uma dupla sustentabilidade: por um lado, as condições materiais de criação e produção artística e, por outro, a sustentabilidade ou manutenção de um padrão estético enraizado na tradição e na história do país. Palavras-chave Arte angolana; produção artística; periferiaContrary to the optimism of some analysts (Marchart, 2014), the contexts of artistic production continue to reproduce the current asymmetries in the world economy and in the international system, so that, akin to economies and states, such contexts can be classified as central, peripheral and possibly semi-peripheral 1 . The Angolan artistic context, object of the present paper, is, following this nomenclature, peripheral. It is based 1 In reference to the space of the countries with Portuguese as an official language, and characterising language as specific context for the production of knowledge, culture and art, Moisés Lemos Martins (2017) draws the attention to the fact that in that context lies the issue of hegemonic language and of scientific domination.
A partir de uma revisão teórica de alguns textos relativos às possíveis leituras do texto literário escrito, o autor, a título de exemplo, utiliza trechos da obra do poeta angolano José da Silva Maia Ferreira e do romancista Castro Soromenho para exemplificar sua hipótese relativa a uma leitura ideológica.
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