REIS, J. C.; GUERRA, A.; BRAGA, M.: Ciência e arte: relações improváveis? História, Ciências, Saúde -Manguinhos, v. 13, (suplemento), p. 71-87, outubro 2006. Este artigo discute as relações entre ciência e arte, principalmente entre física e pintura, com o objetivo de apresentar uma abordagem cultural para a ciência. Dessa forma, entendemos que a compreensão dos conteúdos da ciência torna-se mais significativa. Abordamos diferentes momentos da história desde a revolução científica até o século XX. As relações aqui salientadas não buscam uma relação causal entre ciência e arte, mas sim uma visão mais significativa do que é o processo de construção do conhecimento. Assim, a ciência se desnuda para nós como parte da cultura e pode nos ajudar a compreender melhor o processo histórico que nos trouxe até aqui.
PALAVRAS-CHAVE
Esse artigo pretende contribuir para o debate em torno ao ensino de física, trazendo uma proposta curricular de inserção do estudo das teorias da relatividade restrita e geral na primeira série do ensino médio. Tal proposta foi construída a partir de uma abordagem histórico-filosófica da ciência, onde a relação entre a física com outras produções culturais constituiu-se no viés privilegiado para se trabalhar com os adolescentes as questões científicas respondidas pelos trabalhos de Albert Einstein. Palavras-chave: ensino de física, teoria da relatividade, história e filosofia da ciência, cultura.The present article aims to contribute for the debate about the teaching of physics in the first year of high school, as far as the study of the theory of relativity (restrict and general) is concerned. Based on a historical and philosophical approach, it discusses the relationship between science and other cultural productions, in an effort to make students reach a more meaningful understanding of how knowledge is built and therefore, better apprehend the questions and solutions presented by Albert Einstein in his works. Keywords: physics teaching, theory of relativity, history and philosophical of science, culture.
IntroduçãoA questão do currículo de física para o ensino médioé um tema muito pensado e discutido entre os pesquisadores daárea. A publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) trouxe contribuições ao debate, apresentando de forma sistematizada as propostas construídas pela comunidade ao longo dosúltimos 20 anos, expostas em eventos como o Simpósio Nacional de Ensino de Física. Com o estabelecimento dos parâmetros não se pretendeu a formulação de um currículo pronto e fechado a ser executado por todas as escolas. A idéia era que a partir das orientações de temas e das habilidades específicas a serem desenvolvidas, diferentes propostas curriculares pudessem ser criadas de acordo com a especificidade de cada escola [1].Nas orientações dos Parâmetros Curriculares está clara a necessidade da abordagem de temas relacionadosà física do século XX. Naépoca da publicação daquele documento, essas questões estavam alijadas do currículo praticado na maioria das escolas brasileiras. A mesma ausência era registrada nos livros didáticos.Fazendo uma retrospectiva, percebemos que no que tange ao ensino da física moderna, o cenário nacional não sofreu mudanças significativas após a publicação dos PCNs. O tema continua excluído da maioria dos exames de vestibulares nacionais. Apesar desse não ser o elemento norteador do ensino médio, o privilégio atribuídoà física clássica e ao formalismo matemático a ela inerente por parte desses exames reforça a resistência de muitos educadores em ampliar a abordagem da física para além do século XIX. Em relação aos livros didáticos houve mudanças. As novas edições de algumas coleções [2-5] muito usadas pelos professores de física inseriram noúltimo volume temas de física moderna, como: a física relativística, a física do mundo microscópico e a cosmologia. Na verdade, a mudança não...
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