'Brasileirinha' é uma cultivar de abóbora (Cucurbita moschata) com frutos bicolores que foi desenvolvida com o objetivo de disponibilizar um produto diferenciado devido ao aspecto ornamental e a composição nutricional de seus frutos. Esta cultivar foi selecionada na geração F7, sendo obtida via cruzamentos convencionais entre um acesso de frutos bicolores, provavelmente devido à presença de um alelo do gene B, e a cultivar Mocinha (com frutos imaturos de cor verde uniforme). A característica peculiar da cultivar Brasileirinha é a produção de frutos com casca apresentando uma marcante coloração bicolor (coloração amarela na região proximal e verde na posição distal dos frutos). A polpa apresenta coloração amarela-esverdeada em frutos colhidos imaturos e, à medida que o fruto amadurece, intensifica-se uma coloração alaranjada. Beta-caroteno e luteína são os principais carotenóides presentes em frutos para consumo verde. Em frutos em completo estádio de maturação (polpa laranja intensa) verifica-se a acumulação de beta-caroteno e alfa-caroteno (precursores da vitamina A) em torno de 243 mg g-1. A cultivar Brasileirinha tem apresentado boa resistência de campo a diferentes raças de oídio (Podosphaera xanthii). Esta cultivar é preferencialmente recomendada para consumo como abobrinha verde (no estádio de fruto imaturo) e para fins ornamentais (frutos em todos os estádios). Uma opção é o uso de frutos jovens em conservas. A cultivar Brasileirinha é recomendada para plantio em todas as tradicionais regiões produtoras do país. O sistema de produção para esta cultivar tem sido o mesmo adotado para outros tipos de abóboras.
RESUMO O cultivo de abóboras (Cucurbita moschata) e morangas (Cucurbita maxima) apresenta grande importância econômica e social no Brasil. Nas últimas décadas, a região do Brasil Central tem se consolidado como um polo emergente de cultivo e comercialização dessas hortaliças. Dentre as cultivares mais comercializadas no país se destaca o híbrido interespecífico conhecido como ‘Tetsukabuto’ ou ‘Cabotiá’ originado entre o cruzamento de uma linhagem feminina de C. maxima com uma linhagem masculina de C. moschata. O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho agronômico de híbridos experimentais interespecíficos tipo Tetsukabuto em condições do Planalto Central do Brasil por meio da avaliação direta e a correlação entre as características dos frutos. Foi avaliado um conjunto de 35 combinações híbridas interespecíficas (C. maxima x C. moschata), empregando como linhagem maternal elite a moranga CNPH 0739 que foi cruzada com uma coleção de 35 linhagens de abóboras. O experimento foi conduzido em condições de campo em Brasília-DF. Foram avaliados a produtividade total de frutos, o número de frutos por planta, massa média de frutos, comprimento e largura dos frutos, teor de sólidos solúveis, espessura da polpa e da casca dos frutos. O rendimento foi positivamente correlacionado com maior número de frutos por planta, maior massa, maior espessura de polpa e maior largura de frutos. Plantas com frutos de maior massa apresentaram menores teores de sólidos solúveis. O híbrido experimental CNPH 2377 destacou-se para as características avaliadas e apresentou alta produtividade de frutos com 21,98 t/ha, com peso médio acima de 3 kg, cerca de 4 frutos por planta, com polpa espessa (34,41 mm), casca fina (2,17 mm) e razoável teor de sólidos solúveis (17,01°Brix). Assim, a maior produtividade foi cerca de duas vezes superior àquela do híbrido Jabras (testemunha comercial). Neste contexto, os resultados, obtidos no presente experimento, indicam boas perspectivas no sentido de se obter materiais genéticos do segmento varietal Tetsukabuto, combinando características agronômicas de interesse e melhor aptidão para o cultivo no Brasil Central.
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