Resumo O método weberiano da compreensão tem constituído objeto de discussão e debate ao longo do tempo. No entanto, especificamente, a compreensão empática ainda é pouco explorada, especialmente no âmbito do estudo das organizações brasileiras. Após levantamento feito nas principais bases de dados e periódicos abrigados no portal Periódicos Capes, verificamos ser escassa a produção acadêmica que percorre o caminho da compreensão empática, especificamente na área dos Estudos Organizacionais no Brasil. Diante disso, procuramos trazer neste artigo algumas considerações sobre o resgate da compreensão empática na pesquisa. Considerando a abordagem da estética organizacional como pano de fundo, a discussão articulou às bases epistemológicas da compreensão empática proposta pela sociologia weberiana. Esta preconiza que os estudos das Ciências Sociais devem estar ancorados prioritariamente na compreensão do sentido da ação dos indivíduos, de modo que possamos entender por que agem de determinada maneira. Então, refletimos sobre as possíveis contribuições da compreensão empática para a pesquisa, considerando a ideia do pesquisador como peça-chave para a construção do corpus de pesquisa e a plausibilidade do conhecimento, sem necessariamente empreender a ação. Almejamos que este estudo sirva de gatilho para a elaboração de novas discussões sobre as possibilidades de contribuição da compreensão empática para a pesquisa nos Estudos Organizacionais.
O objetivo da pesquisa foi compreender como ocorrem as práticas organizativas de uma quadrilha junina à luz da ideia de comunidade de prática. Neste sentido, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os conceitos de Práticas Organizativas, Comunidades de Prática e Festas/ Quadrilhas Juninas com a finalidade de estender os conhecimentos dos temas abordados. O objeto de pesquisa foi uma quadrilha junina de Fortaleza, Ceará, Brasil, denominada Tradição da Roça, constituída em 2000, composta por 90 membros. Metodologicamente, esta pesquisa enquadrase como qualitativa descritiva de inspiração etnográfica. Para a coleta dos dados, utilizamos diário de campo, análise de documentos (impressos e digitais) e entrevista aberta com três membros da diretoria. Para analisar os dados, aplicamos análise de conteúdo. Foi possível perceber que, no contexto das quadrilhas juninas, há práticas organizativas como divisão de tarefas, liderança, planejamento, compartilhamento de conhecimentos, mudanças, inovação, conflitos e formação de cultura, o que as colocam como um escopo de organização.
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