RESUMOEste artigo apresenta resultados preliminares de pesquisa, que entende que as conseqüências da complexa relação "produção" (pesquisa) / "divulgação" (ensino) / "utilização" (consumo) reproduzem o modelo de pensamento newtoniano-cartesiano dominante no contexto acadêmico. Objetiva-se identificar o nível de discussão epistemológica existente nas teses de programas de pós-graduação das universidades estaduais paulistas (até o momento, analisaram-se teses da UNICAMP), com eleição da produção em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia. A seleção foi feita a partir do critério cronológico (as mais atuais), optando-se pela aleatoriedade quanto ao tipo metodológico das pesquisas. Através da análise hermenêutica e do critério de saturação, investigaram-se quatro categorias hipoteticamente demarcadas -visão de "pessoa", "saúde", "ciência" e "ética". Constatou-se que os trabalhos apresentam reduzida ou inexistente preocupação com reflexões epistemológicas. Os aspectos metodológicos são estruturados mantendo, quase que exclusivamente, preocupações protocolares numa perspectiva disciplinar e racionalista, o que inviabiliza a concretização de dinâmicas acadêmicas valorizadoras do enfoque transdisciplinar.Palavras-chave: epistemologia; ética; medicina reprodutiva; educação.
O campo de ensino e pesquisa na pós-graduação em saúde enfrenta contundentes críticas a certas fragilidades quanto à produção, divulgação e utilização de novos conhecimentos, cabendo aos formadores promover competências técnicas e níveis pertinentes de aprofundamento epistemológico. Objetivou-se analisar as manifestações de coordenadores de programas de pós-graduação sobre fundamentação teórica, significados e diferenças entre os enfoques disciplinar, multi, inter e transdisciplinar. Pelas entrevistas realizadas com os sujeitos foi possível constatar, de modo geral, dificuldades para reconhecimento dos enfoques, justificadas pela formação no campo das Ciências Médicas. Noções ateóricas tenderam a ser expressas, mas aparentemente ancoradas em práticas profissionais e conhecimentos clínicos que historicamente já lidam com objetos de estudo e de cuidado complexos. Argumenta-se por uma ampliação das possibilidades de gestões pedagógicas fundamentadas no paradigma emergente, possivelmente já empregado e ensinado informalmente nos anos de formação clínica.
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