Resumo Nosso texto tem por alvo interrogar a dinâmica de funcionamento do sistema prisional de Pernambuco. Para tanto, utilizando a cartografia como estratégia metodológica e o ensaio como política narrativa, trabalhamos a construção do texto a partir de cenas analisadoras. Estas colocam em análise o cotidiano prisional e as forças que neste território atuam produzindo um cenário de violências, violações de direitos e vidas descartáveis. Por fim, sem a pretensão de apontar modos de atuar no sistema prisional, entendemos o cuidado como potente estratégia micropolítica de produção de resistências. Através de práticas de cuidado, apostamos em intervenções que, mesmo ao se darem em instituições que alimentam práticas que segregam, violentam e fabricam mortes, possam ensejar brechas para a emergência de processos de singularização a ventilar vidas, isto é, tornar possível a construção de linhas de fuga no modo de funcionar deste enorme “moinho de gastar gente” que é o sistema prisional brasileiro.
Resumo Este trabalho tem por objetivo problematizar o agenciamento entre a psicologia e o aparelho judiciário. Para tanto, tomamos a escala Psychopathy Checklist Revised (PCL-R) - criada por Robert Hare para avaliar e mensurar a psicopatia - como um acontecimento analisador. Realizamos uma pesquisa de natureza qualitativa que fez uso da pesquisa bibliográfica e documental como estratégias metodológicas. Os dados produzidos foram analisados à luz das obras de Foucault e de autores da criminologia crítica. Pensamos a psicologia e o aparelho judiciário como marcados por lógicas normativas que produzem práticas de controle sobre os modos de existir. Por este viés, ao se agenciar com dispositivos do sistema penal, determinadas práticas psi podem instrumentalizar os artefatos de controle e repressão. Em nosso percurso de pesquisa, realizamos uma revisão de literatura da produção acadêmica brasileira relativa à utilização da escala no país (2005-2018). Partindo da análise das publicações encontradas constatou-se que a maioria das pesquisas enfatizam as propriedades psicométricas da escala e reforçam a sua eficácia em predizer a reincidência criminal. Ademais, verificou-se que as publicações levantadas não analisam as implicações ético-políticas da aplicação da escala na execução penal, assim como não consideram a instituição prisional como produtora e mantenedora da delinquência. Por fim, questionamos se a escala PCL-R seria utilizada como mais um dispositivo de controle e gestão da vida das populações que são alvo do sistema penal brasileiro.
Nosso ensaio, escrito como uma carta direcionada a nossa época, tem por objetivo levantar algumas interrogações sobre o tema das políticas públicas em meio a pandemia de covid-19. Problematizamos se o maior perigo de nosso tempo é a doença que tira a vida de milhares e nos confina em casa, produzindo inseguranças sobre o viver coletivo, ou nossos estilos de vida destruidores da natureza. Para o desenvolvimento de nossa narrativa, política e metodologicamente composta como uma carta-manifesto, nos apoiamos na obra de diferentes autores e experimentamos a escrita coletiva, mesmo à distância, como uma forma de habitar as dores e as instabilidades de nosso existir confinado. Apontamos, ao final, nossa aposta nas políticas públicas enquanto potencializadoras de estratégias e práticas coletivas de resistência em meio à intensificação da agenda neoliberal e os riscos advindos da pandemia enquanto acontecimento político-sanitário. Por fim, pensamos na resistência enquanto àquilo que, em meio às capturas do capital, escapa por entre os dedos dos controles feito o correr da água entre as pedras
O Rio de Janeiro dos “megaeventos esportivos” foi um comercial bem feito. As “arestas” foram aparadas, as sangrias contidas, as cicatrizes maquiadas, os defeitos escondidos, as vozes dissonantes, silenciadas; os corpos impertinentes, contidos ou exterminados. A partir de três cenas - os jovens no ônibus, o homem na velha cadeira de rodas na Praça XV e os usuários de crack no canteiro da Avenida Brasil- trazemos a narrativa de alguns anônimos que habitam as ruas cariocas e produzem, com o seu ir e vir, com suas súplicas ou o seu sorriso, tensionamentos na ordem. Suas vidas colidem com as relações de poder que no cotidiano os submetem e os descartam. Ao mesmo tempo, suas existências infames nos interrogam e interpelam: o que estamos fazendo com nossas vidas? A crítica do “sistema” é mera análise triste do “inferno dos vivos” Calvino (2001) ou abertura de espaço?
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