Este trabalho apresenta o resumo da dissertação de mestrado do autor (ACUNA, 2017). Sua temática principal é a interface entre a Psicologia e a Educação Especial numa perspectiva inclusiva em contexto escolar. A Educação Inclusiva é um conjunto de pressupostos teóricos que orientam os processos educacionais, abrangendo as relações interpessoais e o processo de ensino e aprendizagem ocorrido nas instituições educativas. Para a Educação ser inclusiva é preciso garantir recursos físicos, humanos, pedagógicos e serviços, de forma a estabelecer condições adequadas de ensino, aprendizagem e desenvolvimento humano, a todos que participam do processo educacional (BRASIL, 2015). A fim de garantir a inclusão, o Brasil instituiu a Educação Especial, uma modalidade de ensino que perpassa os demais níveis e organiza recursos para que estudantes com deficiência e com superdotação, considerados como o Público-Alvo da Educação Especial (PAEE), possam participar e se beneficiar dos processos educacionais. Dentre os serviços da Educação Especial, encontra-se o Atendimento Educacional Especializado (AEE), realizado pelo professor de AEE que visa implementar processos pedagógicos adequados às necessidades de aprendizagem do PAEE. Também são previstos serviços de outros setores sociais destinados à escola, por exemplo, o encaminhamento de alunos às clínicas de reabilitação, em que é possível encontrar o profissional de psicologia, bem como, solicitar sua visita para orientações a equipe pedagógica. Foi a partir deste contato com as políticas públicas educacionais, que surgiu a motivação para discutir a interface entre Psicologia e Educação Especial, em contexto escolar público. Neste sentido, o objetivo da pesquisa de mestrado foi descrever e caracterizar a atuação do psicólogo frente as demandas escolares relacionadas ao PAEE cursante do ensino fundamental, a partir da opinião de professores de classe comum e do AEE. Delineou-se uma pesquisa de caráter descritivo e qualitativo (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006), cujos instrumentos de coleta de dados foram dois questionários semiestruturados aplicados em 30 professores de classe comum e 28 do AEE, de 16 escolas municipais de uma cidade do interior de São Paulo, que tivessem ao menos um aluno com deficiência em sala de aula. A coleta de dados iniciou-se após o parecer positivo do comitê de ética, o qual pode ser consultado por meio do protocolo número 52233915.6.0000.5398. Após a aplicação dos questionários no local de trabalho dos professores (as), procedeu-se a Análise de Conteúdo de Bardin para operacionalizar a análise e discussão dos dados (BARDIN, 2009). Majoritariamente, a função do psicólogo (a) foi apontada como aquela que deve atender clinicamente o estudante com deficiência, menos da metade da amostra (aproximadamente, 35%) indicou que o profissional de psicologia contribui em alguma medida com seu trabalho pedagógico em relação a alunos com deficiência, porém, devido as poucas visitas anuais realizadas, não contribui suficientemente ao seu trabalho. O estudo apontou que a interface entre Psicologia e Educação Especial em contexto escolar público é algo que ainda precisa ser explorado, tal como indicado por Anache (2005), Braz-Aquino, Ferreira e Cavalcanti (2016). Ainda há uma concepção compartilhada socialmente, de que o (a) profissional de psicologia é aquele que atua de forma clínica, centrada no indivíduo com alguma queixa escolar e não com os demais educadores. Concluiu-se inferindo que existem fragilidades no processo de inclusão do PAEE, haja vista, que os serviços de psicologia não estão atingindo os professores, fato esse que mostra uma contradição entre o que está previsto legalmente com a realidade do sistema educacional. Neste sentido, se faz necessário lutar pela efetivação das politicas públicas educacionais.
Parte-se do princípio que se faz necessário promover suportes à trajetória acadêmica do estudante com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Educação superior. Neste sentido, objetivou-se relatar uma intervenção implementada a partir da psicologia, com um professor universitário que tinha demandas oriundas do processo educacional de um aluno com TEA. Para isso, foram acolhidas as dúvidas do docente, planejados 11 encontros para refletir sobre sua prática pedagógica e promovidas orientações pontuais sobre como interagir com este acadêmico. A intervenção permitiu considerar que o suporte do profissional de psicologia prestado ao docente é importante para o atendimento de suas demandas que surgem ao longo do processo educacional de estudantes com TEA.
A avaliação psicológica de alunos com deficiência intelectual para o encaminhamento aos serviços especializados, é um processo que levanta informações sobre esta população, podendo favorecer a sua inclusão a partir da indicação de quais áreas do desenvolvimento cognitivo devem ser estimuladas ao longo dos serviços atendimentos pedagógicos especializados. Nesta direção, o objetivo deste trabalho é apresentar os resultados de avaliação psicológica de seis alunos do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual de uma cidade do interior de São Paulo, buscando investigar a indicação de deficiência intelectual a partir de avaliação pedagógica inicial construída pela equipe de professores, para possível encaminhamento dos alunos ao atendimento pedagógico especializado. Para esta tarefa, foi aplicado o WISC-IV, a anamnese com os pais e consulta a avaliação pedagógica. Os resultados confirmaram a suspeita de deficiência intelectual. Sendo assim, os alunos puderam ser avaliados em relação as suas características de aprendizagem e encaminhados ao atendimento pedagógico especializado. Por fim, este estudo aponta para a necessidade de reflexões acerca da importância da avaliação psicológica integrada a outros procedimentos, pautada na clareza das legislações que a endossem como estratégia inclusiva.
A Orientação Vocacional (OV) quando realizada com adolescentes estimula o autoconhecimento, a formação de habilidades, competências e conhecimentos requeridos para a elaboração de projetos de vida, inclusive promove suporte psicológico a esses sujeitos que enfrentam diversos desafios nessa etapa do ciclo vital. Nesta direção, relata-se um caso de OV cujo participante foi um jovem de 22 anos, matriculado em um cursinho pré-vestibular público. A intervenção teve caráter informativo e formativo, foi subsidiada por epistemologias construtivistas e socioconstrucionistas, almejou o desenvolvimento do autoconhecimento e a facilitação da construção de projetos de vida. Ao longo dos sete encontros o orientando conseguiu se perceber em uma trama de relações sociais as quais influenciam a constituição de seu modo de ser. À guisa de conclusão, a estrutura da OV praticada reuniu elementos da ordem clínica e educacional, tais características favoreceram o desenvolvimento de recursos pessoais para o planejamento e execução do projeto de vida do participante.
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