O presente texto originou-se do convite das editoras da Revista Cenário para que fosse escrito um ensaio sobre como vemos a relação entre a pandemia do coronavírus e o setor de turismo. As reflexões foram feitas a partir das experiências dos autores que, no momento da redação, residiam em três países: Brasil, Costa Rica e Estados Unidos. O texto foi escrito entre 10 de maio e 10 de junho de 2020, período no qual o Brasil e os Estados Unidos se tornaram epicentros da pandemia e a Costa Rica se tornou modelo mundial de correta gestão da crise sanitária mundial. O artigo reflete sobre a importância de se compreender o histórico mundial de crises que afetaram o turismo nos últimos 50 anos. Discute a perspectiva de como um problema que era atual no turismo - o overtourism - perdeu importância e significado de forma abrupta, justamente pelo surgimento de outro problema radical - a redução, ou quase estagnação total, das viagens mundiais. Apresenta a perspectiva que se impõe ao turismo agora uma reformulação do setor, inclusive com forte apelo à sustentabilidade e à distribuição mais igualitária das riquezas por ele geradas. O ensaio deliberadamente não apresenta previsões sobre o turismo, mas sim aponta uma série de questões sobre o momento atual e sobre a possibilidade de retorno à “normalidade”.
Os excessos do fenômeno turístico giram em torno de um paradigma social. À medida em que se insere nas dinâmicas que caracterizam uma cidade contemporânea, este campo de atuação e de estudos tornou-se sinônimo de expectativas sobre momentos memoráveis (para quem viaja) e de desenvolvimento socioeconômico (para quem reside em localidades turísticas). Em contrapartida, os efeitos ocasionados pela massificação dos destinos quebram as formas de alcance das projeções positivas, ainda que os interesses entre os atores envolvidos sejam distintos. O objetivo deste artigo foi analisar estes efeitos na rotina de residentes da cidade de Barcelona, na Espanha, bem como aspectos da hostilidade a turistas. Até o final do ano de 2019 e início de 2020, a cidade estava no centro das discussões em torno de um fenômeno denominado turismofobia. Na compreensão de tais questões, foram consultados em profundidade 24 artigos científicos disponíveis na literatura entre turismo, hospitalidade e política. Por meio de análise qualitativa, os resultados revelam que ações para o desenvolvimento do turismo precisam ser repensadas e adaptadas às dinâmicas da turismofobia. Assim, o atual cenário da saúde pública global, em decorrência da pandemia induzida pelo Covid-19, trouxe novas reflexões entre discussões sobre políticas rigidamente sustentáveis e a dinâmica pré-estagnação das viagens. Palavras-chave: Barcelona. Turismofobia. Turismo de Massa. Gentrificação. Overtourism. Hostilidade.
Como reflejo de las medidas para combatir la pandemia de Covid-19, el estancamiento de los viajes ha recibido atención en los debates actuales sobre el mercado turístico. Un punto de debate en estas investigaciones es la adaptación de los escenarios. En la necesidad de replantear las ofertas de las empresas que tenían el tráfico de particulares como motor económico, la plataforma Airbnb creó categorías de experiencias online a través del eslogan "Diversión sin salir de casa". En la perspectiva de identificar qué emociones experimentan los usuarios de dichas experiencias, nuestra investigación analizó cualitativamente 358 comentarios, de forma multidisciplinar, identificando ocho emociones consideradas básicas por la literatura: sorpresa, expectación, asco, aceptación, tristeza, alegría, ira y miedo. Los resultados indican que emociones como alegría, expectativa y aceptación estarían relacionadas con las barreras a los modelos virtuales de contacto social. Por el contrario, se concluyó que los usuarios de estas experiencias pueden estar abiertos a adaptarse a los escenarios dinámicos propios del mercado turístico.
Os benefícios advindos do turismo nem sempre são percebidos igualmente pelos sujeitos envolvidos na atividade. Hóspedes e anfitriões ocupam e disputam o mesmo território, mas não necessariamente de forma equilibrada. O Estado pode ter o papel de conciliar esses interesses ordenando o espaço urbano para que todos se beneficiem. Políticas públicas que extrapolem as questões econômicas e incorporem aspectos urbanísticos são fundamentais nesse processo, caso contrário a cidade passar a ter territórios "consumidos" pela prática do turismo. É nesta direção que a hospitalidade urbana e a legislação urbanística se aproximam. Este trabalho tem como objetivo principal explorar como certos parâmetros urbanísticos, inseridos nos Planos Diretores, são capazes de garantir a condição de cidade hospitaleira. Utiliza-se como base os resultados parciais da pesquisa de pósdoutorado em andamento que analisa os Planos Diretores das Estâncias Balneárias do Estado de São Paulo. Como método utiliza-se a pesquisa documental e bibliográfica tomando como base os textos, mapas e quadros das referidas leis.
No cenário de uma pandemia sem precedentes, como reflexos da necessidade de distanciamento social, as discussões sobre o ensino à distância constituem-se em uma temática emergente no Brasil. Um dos subtemas nesta linha investigativa aborda os aspectos qualitativos desta modalidade de ensino. Como resultado destes estudos, evidenciam-se mudanças abruptas, principalmente nas práticas pedagógicas — perdas que revelam imparidades na captação do conhecimento. Dentro destas reflexões, este estudo mapeia as principais lacunas do uso da modalidade de ensino EaD nas universidades brasileiras. Os processos metodológicos compreendem uma revisão de escopo constituída em 90 artigos científicos e análises de palavras-chave por meio do software IRAMUTEQ. Os resultados sugerem que as dificuldades de adaptação a este cenário são agravadas por desafios pertinentes à conjuntura tecnológica, seja nas discussões sobre acessibilidade ou sobre investimentos na formação complementar dos docentes. Estas lacunas propõem que tal modalidade não se sustenta como meio educativo no país. Todavia, algumas oportunidades são reveladas ao longo do texto. Palavras-chave: Ensino EAD. Educação e Covid-19. Modalidade à distância. Distanciamento social.
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