O propósito deste artigo é investigar a construção discursiva sobre o ensino superior público no Brasil, em dois editoriais de jornais de referência do país. O foco da análise se concentra nos posicionamentos valorativos e na argumentatividade que o projeto de dizer do editorialista expressa. Tomando como respaldo teórico-metodológico ideias do denominado Círculo de Bakhtin (Bakhtin, 2011, 2016; Volóchinov, 2017) e contribuições da Nova Retórica, de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014), este trabalho examina um corpus constituído por dois editoriais recortados das páginas on-line dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. A análise realizada aponta que a construção discursiva, nos dois editoriais examinados, se caracteriza por um fazer persuasivo e axiologicamente valorado em que os enunciadores mobilizam, para o convencimento do leitor, uma diversidade de mecanismos discursivos e estratégias argumentativas que procuram acentuar argumentos favoráveis ao pagamento de mensalidades nas universidades públicas brasileiras. Assim, os posicionamentos assumidos pelos editorialistas, na medida em que se alinham aos discursos de defensores da redução do estado e de maior participação do mercado na educação superior do Brasil, significam, no final das contas, um mecanismo de exclusão dos mais pobres e da classe média do direito ao ensino superior público e totalmente gratuito.
O propósito deste artigo é apresentar resultados de uma intervenção didática voltada ao aprimoramento da capacidade argumentativa de alunos de uma turma de 1º ano do ensino médio de uma escola pública. No recorte feito aqui, o foco da análise se concentra na construção argumentativa do dizer de um desses alunos, considerando o cotejo de suas produções escritas, antes e depois do trabalho interventivo. Tomando como respaldo teórico-metodológico basilar ideias sobre o funcionamento dialógico da linguagem do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2011; 2016; 2016; VOLÓCHINOV, 2017) e contribuições da Nova Retórica de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014) acerca da argumentação no discurso, este trabalho examina dois textos (uma redação escolar, produzida antes da intervenção, e uma carta do leitor produzida no final da intervenção) de um mesmo aluno/produtor. O estudo empreendido reforça a importância da atividade interventiva realizada como proposta de trabalho capaz de potencializar a capacidade argumentativa do aluno na produção de textos em sala de aula da educação básica.
O objetivo deste artigo é descrever e analisar uma experiência de intervenção pedagógica realizada em práticas de produção de textos, em contexto pandêmico, na educação básica. Como ancoragem teórica, procuramos estabelecer diálogos com estudos sobre produção textual como atividade processual e interlocutiva (ANTUNES, 2009; GERALDI, 2015; 2017; MORETTO, 2013) e com a abordagem de gêneros e a metodologia de sequência didática propostas por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). Do ponto de vista metodológico, o trabalho configura-se uma pesquisa de campo, de viés interventivo, realizada junto a alunos do 2º ano do Ensino Médio de uma escola pública do estado do Rio Grande do Norte. Para o trabalho analítico realizado neste estudo, selecionamos textos escritos produzidos no decorrer da proposta de intervenção implementada. Os resultados da análise interpretativa e qualitativa apontaram que, a despeito das dificuldades enfrentadas no contexto de aulas remotas, um trabalho de produção textual bem sistematizado, a partir de uma proposta de intervenção cuidadosamente elaborada e executada, contribui efetivamente e positivamente para a finalidade de desenvolver a capacidade argumentativa do alunado.
O presente artigo objetiva analisar a constituição dialógica na produção textual realizada no ensino médio, focalizando, mais especificamente, como o aluno mobiliza a palavra do outro e dialoga com ela na constituição do projeto de dizer expresso na escrita do gênero carta do leitor. Para isso, analisamos um texto do gênero carta do leitor, o qual foi produzido por um aluno do 1º ano do ensino médio de uma escola pública do estado da Paraíba e selecionado de um arquivo composto por 22 textos. O trabalho assume como orientação teórico-metodológica central contribuições da Análise Dialógica do Discurso (ADD), depreendida das reflexões do Círculo de Bakhtin, e de comentadores desse Círculo, em diálogo com estudos que discutem o ensino de língua materna. Inserida em uma perspectiva de pesquisa de natureza interpretativa e de abordagem qualitativa, a análise empreendida mostra que a versão reescrita da carta do leitor produzida pelo aluno se constituiu como uma resposta tecida e enriquecida pelo diálogo com vozes de outras fontes de leitura indicadas pela professora/pesquisadora e pelas intervenções que ela realizou, revelando-se, consequentemente, um produto textual com argumentos mais consistentes e adequados aos seus propósitos de atuação comunicativa. Além disso, a análise permite perceber como a qualidade do texto produzido pelo aluno do ensino médio pode ser potencializada à medida que se instaura um trabalho, via mediação do professor, que valorize o diálogo com a palavra do outro e as formas de inseri-la na construção textual.
<p>Este trabalho apresenta uma reflexão sobre as políticas públicas de inclusão da pessoa com surdez nas escolas públicas regulares de Ensino Fundamental, considerando os limites e os avanços das políticas educacionais inclusivas para a acessibilidade linguística. Buscamos, mais especificamente, discutir sobre as políticas públicas da educação do surdo no Brasil e compreender a relação entre políticas públicas e a acessibilidade linguística, considerando os avanços e limites das políticas de educação do surdo para a acessibilidade linguística. Nosso aporte teórico está embasado em autores como Quadros e Karnopp (2004), Gesser (2009), Skliar (2017), dentre outros que tratam da Libras como língua natural do surdo. A pesquisa se constitui em estudo bibliográfico, pois está pautada em estudos científicos já realizados e apresenta um diálogo aprofundado com as teorias. Resultados apontam que há evidências de avanços na acessibilidade linguística, proporcionada por propostas que compõem as políticas públicas da educação do surdo, desde a aprovação das leis até a presença do intérprete em sala de aula. Apontam ainda, que há alguns limites em relação à acessibilidade linguística, a exemplo da ausência de intérprete, na maioria das salas de aula da educação infantil, a falta de intérprete para atender toda a demanda e a ausência de um currículo que considere a cultura surda, a identidade surda e compreenda o artefato linguístico como primordial para o desenvolvimento do sujeito.<strong></strong></p>
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