A Formação Corumbataí na região do rio Corumbataí. (Estratigrafia e descrição dos lamelibrãnquios).
O presente trabalho corresponde a uma revisão dos braquiópodes pertencentes às superfamílias Chonetacea e Productacea da série Itaituba (Carbonífero Superior) da Amazônia. Baseou-se em coleções organizadas pelo A. no rio Tapajós, Estado do Pará, e em coleções da Divisão de Geologia e Mineralogia do Departamento Nacional da Produção Mineral e do Museu Nacional, estas últimas originárias de diferentes pontos da Amazônia. Está dividido em duas partes. A primeira inclui os seguintes tópicos: introdução, distribuição geográfica dos braquiópodes, processos de fossilização, paleoecologia, idade e correlação. A segunda trata da filogênese e da sistemática. A lista dos braquiópodes aqui descritos é a seguinte: Lissochonetes amazonicus (D erby) Buxtonioides Mendes, gen. nov. B. amazonicus (Katzer) Brasilioproductus Mendes, gen. nov. B. chandlessi (Derby) B. chronici Mendes, sp. n. Linoproductus derbyi Mendes, sp. n. Duartea Mendes, gen. nov. D. batesiana (Derby) . Avoniarhomeana (Derby) M artini fera oddonei Mendes, sp. n. Kozlowskia petrii Mendes, sp. n. Echinoconchus katzeri Mendes, sp. n. Juresania amazonensis Mendes, sp. n. Krotovia wallaciana (D erby) . Heteralosia cornelliana (Derby) Dos Productacea referidos por autores prévios, não foram assinalados, nas coleções manuseadas nesta revisão, os seguintes: Productus clarkianus Derby (1874) Productus nebrascensis Owen (Derby, 1894). Productus punctatus Martin? (Derby, 1894) P. (Echinoconchus) nevadensis Meek (Reed, 1933) Productus (Avonia) derbyi Reed (1933) (aliás trata-se de Krotovia) . Propõem-se aqui trés gêneros novos de Dictyoclostidae: Buxtonioides, Brasilioproductus e Duartea. O gênero Buxtonioides, como o próprio nome indica, é similar ao gênero Buxtonia Thomas. Distinguem-se, apenas, pelos caracteres internos da valva dorsal: forma do processo cardinal e caráter do septo, que em Buxtonioides é simples e em Buxtonia bífido. O generótipo de Buxtonioides é Productus amazonicus Katzer O segundo gênero proposto, Brasilioproductus, é similar ao gênero Dictyoclostus Muir-Wood, apresentando, porém, espinescência na valva dorsal, sob um padrão bem definido. O seu generótipo é Productus chandlessi Derby Duartea tem como generótipo Productus batesianus Derby O gênero mais próximo, pelo aspecto externo, é Muirwoodia Licharew. Distingue-se, Duartea, porém, pela inexistência de espinhos cardinais. Os gêneros de Chonetacea e Productacea assinalados indicam, pela sua distribuição cronológica, o intervalo Carbonífero SuperiorPermiano. A idade carbonífera superior (Pensilvaniano Médio) acha-se estabelecida, todavia, em base dos fusulinídeos (Zona de Fusulinella ) Vinculações com o grupo Tarma do Peru, da mesma idade, com relação aos Productacea, demonstram-se na aparente ocorrência de espécies comuns. Parece ter havido também uma vinculação genética com a fauna permiana do grupo Copacabana, do Peru e da Bolívia (Zona de Pseudoschwagerina), em vista das afinidades entre algumas espécies. Várias dessas espécies chegaram a ser mesmo consideradas comuns à série Itaituba. A correlação entre a série Itaituba e a formação Piauí (Carbonífero) dos Estados do Piauí e Maranhão carece de melhores esclarecimentos, em vista da quase total falta de estudo dos braquiópodes daquela formação geológica
O maciço intrusivo de Várzea Alegre, porção central do Estado do Espírito Santo, é um exemplo do magmatismo tardi a pós-tectônico relacionado a um arco magmático de idade Neoproterozóica dessa região. É um pluton aproximadamente circular e inversamente zonado, encaixado em orto e paragnaisses de grau metamórfïco alto. No centro do pluton ocorrem gabros que são envolvidos sucessivamente por dioritos/quartzo dioritos, monzodioritos e granitos megaporfiríticos, estando todos os litotipos circundados por um anel largo e irregular de rochas charnoquíticas (opdalitos, jotunitos, opx-quartzo dioritos e quartzo mangeritos). Os charnockitóides são constituídos por plagioclásio, alkali feldspato pertítico/mesopertita, ortopiroxênio, biotita, hornblenda, ilmenita, magnetita, pirita, apatita, zircão e rara allanita e hematita. A composição química destas rochas indica um magmatismo cálcio-alcalino de alto K enriquecido em elementos LIL e HFS. O ortopiroxênio (Wo 1,6-2,5 , En 30,4-41,2 e Fs 57-67,4)é parcialmente substituído por biotita, anfibólio e minerais opacos. Os anfibólios têm variações pequenas nos teores de Al e sua composição varia de hornblenda Mg-hastingsítica a hastingsita magnesiana. Biotita, com altos conteúdos de Ti, tem composições próximas ao membro extremo annita. X Mg dos ortopiroxênio, anfibólio e biotita são maiores do que aqueles calculados para as rochas hospedeiras. Os feldspatos da matriz e os megacristais apresentam variação composicional semelhante. Os plagioclásios variam de Âb 65 An 32 a Ab 57 An 40 , com pequenas variações na molécula de Or. Diferentes graus de exsolução do componente albita justificam as variações encontradas nas composições dos feldspatos alcalinos (Or 89 Ab 11 a Or 69 Ab 31). O grau de saturação em Zr e P 2 O 5 das rochas charnockitóides do maciço de Várzea Alegre indica temperaturas de cristalização em torno de 950°C. As temperaturas subsolidus, estimadas através dos pares ilmenita-magnetita e plagioclásio-alcali feldspato, são entre 550°C e 630°C, enquanto que os valores estimados para a pressão de cristalização estão entre 6,5 e 7 kb. Os valores calculados para a fO 2 são compatíveis com condições fortemente redutoras, o que é confirmado pelas baixas razões Mg/(Mg+Fe) das rochas. Palavras-chaves: ABSTRACT The Várzea Alegre intrusive massif, in the central portion of the Espírito Santo State, is related to the late to post-tectonic Brasíliano magmatic arc in this region. It is an inversely zoned pluton with an almost circular shape, enclosed by ortho and paragneisses metamorphosed to the amphibolite and granulite facies. The pluton has a gabbroic center surrounded by diorites/quartz diorites, monzodiorites and megaporphyritic granites. All these magmatites are involved by a large and irregular ring of charnockitic rocks (opdalites, jotunites, opx-quartz diorites and quartz mangerites). The charnockites are composed of plagioclase, perthitic alkali feldspar/mesoperthite, orthopyroxene, biotite, hornblende, ilmenite, magnetite, pyrite, apatite, zircon, rare allanite and hemat...
O trabalho versa o assunto da estratigrafia da série Passa Dois no Estado do Paraná, Sul do Brasil. Baseando-se nas próprias observações de campo e no exame da bibliográfia dedicada ao mesmo assunto, o autor analisa a estratigráfia dessa série geológica sob o ponto de vista [aciológico. Resume as pesquisas prévias, discute a posição da série Passa D ois, a sua espessura, tectônica, litologia, conteúdo paleontológico, idade, correlação, etc. N a parte dedicada ã paleontologia descritiva, apresenta uma revisão da nomenclatura anterior dos Lamellibranchiata e descreve o material ocorrente no Estado do Paraná, propondo dois gêneros novos e 4 espécies novas. Acompanha-se o trabalho de secções geologicas, ilustrações dos fósseis, etc. A série Passa Dois, um pacote de sedimento de larga distribuição geográfica na bacia sedimentar do Paraná (Estados de Goiás, M ato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no Brasil; Uruguai e Paraguai), atinge no Estado do Paraná espessuras de até varias centenas de metros. Consiste em sedimentos dominantemente elásticos (siltitos e arenitos finos) e, em muito menor escala, em leitos delgados de calcário e de silex. O pacote é fossilifero, sendo abundantes restos de plantas ( Glossopteris, Pecopteris, Phyllotheca?, etc.) moldes ou substituições de conchas de lamelibrànquios, impressões de conchóstracos, ostrácodes, escamas e dentes de peixe, etc. N os sedimentos da porção basal são freqüentes restos de um pequeno réptil (Mesosaurus). A série Passa Dois descansa sobre a série Tubarão, aparentemente sem discordância; é sucedida, porém, pela série São Bento, sob discordância. Esta última é de idade mesozóica. A sua designação foi proposta por I. C. W hite em 1908; entretanto os autores subsequentes emprestaram a mesma interpretações diversas. N o presente trabalho adota-se a classificação de M . Gordon Junior, proposta em 1947 D e acordo com essa classificação a série é assim dividida: \ „ „ f Membro Morro Pelado tormacão Rio do Rasto j Série P as- I sa Dois Formação F^trada Nova I ^ em^ro Terezina j tLstrada Hova | Membro Serra A[ta [ Formação Irati Essas três formações no conceito aqui esposado correspondem a fácies maiores de comportamento variavel no espaço. O que Gordon Junior distingue como membros são subfacies. A formação Irati caracteriza-se, litològicamente, por folhelhos pirobetuminosos com nódulos de silex e, às vezes intercalações de leitos de calcário; paleontològicamente os fósseis característicos são restos de esqueletos de um pequeno réptil natante (Mesosaurus brasiliensis Mac Gregor) e crustáceos pertencentes a gêneros indígenas (Liocaris, Pygaspis, etc.) A formação Estrada Nova consiste numa seqüência de siltitos de côr dominantemente cinzenta e estratificação regular. São freqüentes intercalações de calcário e silex. Ocorrem a miudo, faixas de ripple marks e uma estrutura rítmica com alternância de leitos delgados de siltito e de argilito. Paleontològicamente, esta formação caracteriza-se, sobretudo, por associações de lamelibrãnquios peculiares. Distinguem-se dois subfácies principais: I) fácies Serra A lta, caracterizado por siltito escuro, bem estratificado, com nódulos de calcário, êstes contendo pequenos lamelibrãnquios (Maackia contorta Mendes, gen. et sp. n. e Kidodia? expansa M endes, sp. n.); II) fácies Terezina, caracterizado por siltito cinzento de estratificação regular, freqüentes faixas de ripple marks, e interposição de leitos de calcário, comumente oolítico, e de silex, contendo uma associação peculiar de lamelibrânquios (Pinzonella neotropica, Jacquesia brasiliensis, etc.). A formação Rio do Rasto consiste em uma seqüência de siltito e arenito fino, em que os elementos psamíticos ganham maior importância em comparação com a formação Estrada Nova; a estratificação também é menos regular. Distinguem-se, igualmente, dois subfácies: I) fácies Serrinha, caracterizado por siltito cinza esverdeado, banqueado, com acentuada decomposição esferoidal e contendo uma faúnula de lamelibrãnquios peculiar (Leinzia similis, Terraia altissima); II) fácies Morro Pelado constituído por arenitos finos, siltitos e argilitos de côres vivas, acunheados, apresentando lamelibrânquios e conchóstracos igualmente peculiares (Palaeomutela? platinensis, Euestheria langei Mendes, etc.) A inclinação regional das camadas da série Passa Dois é pequena, da ordem de poucos metros por km como sóe acontecer com os sedimentos em geral da bacia do Paraná; perturbações locais, com inversões de mergulho, falhas, anticlinais são observáveis em estreita relação com ocorrência de eruptivas básicas de idade mesozóica. O relevo dos terrenos constituídos de camadas Passa Dois, em geral, é suave. A idade dessas camadas, com base paleontológica, é Paleozóica Superior e provavelmente Permiana. O s argumentos em prol dessa cronologia são a presença de vegetais do tipo lepidofítico (Lycopodiopsis Derbyi, Sigillaria) do gênero Gangamopteris, flora em conjunto evocando a da série Damuda da índia; presença de Mesosaurus e de Leaia, etc. O conhecimento da flora e da fauna, porém, ainda é relativamente incipiente. Quanto ao ambiente da sedimentação, tudo indica tratar-se de sedimentos aquosos, depositados em bacia extensa e aparentemente calma e rasa; ou ainda que o país circundante tivesse sido bastante plano, dada a prática ausência de rudáceos. Não ocorre nenhuma associação faunística decisivamente marinha. Autores prévios referiram, contudo fósseis pertencentes a grupos de habitat marinho; procurou-se demonstrar neste trabalho que essas determinações foram enganosas. O modo de ocorrência de lamelibrânquios, inúmeros indivíduos e pouca variedade de espécies, é o próprio dos depósitos continentais. A s novas entidades de lamelibrânquios descritos são as seguintes; Maackia gen. nov. Maackia contorta, sp. n. Kidodia? expansa sp n. Barbosaia? gordoni sp. n. Oliveiraia gen. nov. (Genohol.: Thracia pristina Reed) Terraia lamegoi sp. n. Terraia? erichseni sp. n.
o presente artigo consiste, maiormente, num ensaio de reVlsao crítica dos paleoambientes deposicionais do Grupo Passa Dois com base em novos achados dos paleontológicos e consideração do espectro de estruturas sedimentares conhecidas e dos dados geoquimicos disponiveis. Embora chamando a atenção para o risco das inferências numa situação de escassez de dados, como a presente, julga o autor aceitáveis condições parálicas para a sedimentação que gerou a Formação Irati, extensivas à gênese das formações Corumbatai (Estado de São Paulo) e Estrada Nova (Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Alude, também, ao problema das delimitações estratigráficas inferior e superior do grupo em apreço e ao problema da conceituação das suas subdivisões.
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