ResumoA discussão sobre abordagens paradigmáticas no campo da Administração pode ser profícua quando provoca os pesquisadores a refletir sobre premissas, práticas e valores compartilhados por uma comunidade científica. Entretanto, ao extremo, torna-se uma disputa que impede a busca de outras abordagens para lidar com a complexidade dos fenômenos sociais. Nesse sentido, importa compreender que, na produção do conhecimento científico, os pesquisadores não se deparam somente com escolhas acerca de epistemologia, de lógica ou de teoria linguística, mas, também, com problemas de política. Este ensaio objetiva contribuir com reflexões sobre o pesquisador e os desafios epistemológicos e políticos com os quais se depara no fazer pesquisa, argumentando que não se trata somente de uma escolha entre positivismos e interpretativismos, mas igualmente envolve disputas de poder dentro de um campo científico). Para tanto, foram selecionados intencionalmente textos com conceitos-chave, como paradigmas e campo científico. Em resposta ao objetivo geral deste ensaio, consideramos que o fazer ciência constitui uma atividade humana que possui vínculo indissociável com espaço e tempo e imbrica-se com jogos de poder. Entendemos, ainda, que o campo científico da Administração no Brasil é um espaço de competitividade e lutas políticas do qual fazemos parte, quer seja como opressores ou privilegiados, mas nunca como meros expectadores. Nessa arena, nem só de debates epistemológicos vive o pesquisador em Administração.Palavras-chave: Epistemologia da ciência. Paradigma. Campo científico. Pesquisa em administração.Artigo submetido em 17 de abril de 2013 e aceito para publicação em 18 de novembro de 2013.
Resumo Este estudo objetiva analisar o discurso do movimento social “Direitos Urbanos” (DU) e compreender como esse movimento se articula para desafiar discursos hegemônicos do urbanismo moderno e promover discursos alternativos ao modelo neoliberal. Para tal, utilizamos o aporte teórico da teoria dos Novos Movimentos Sociais (NMS). A arqueologia foucaultiana, com o objetivo de identificar as estratégias de construção do discurso do DU a partir dos sujeitos que o constituem, foi utilizada. As análises indicaram o DU como um centro contra-hegemônico, resistente e combativo ao modelo de gestão urbana desenvolvido na cidade do Recife, afirmando um projeto alternativo de cidade. O DU possui hierarquia fluida, estratégias dinâmicas e contingenciais, atua em rede e aglomera-se para demandas específicas.
O presente trabalho teve por objetivo avaliar os argumentos que constituem os diferentes discursos acerca do Planejamento Urbano e o Direito à Cidade tendo como foco a construção de um Grande Projeto Urbano (GPU) denominado “Novo Recife”. Para tal, acessamos três posições discursivas sobre o assunto: das empresas que formam o consórcio responsável pela construção, da Prefeitura do Recife e de um movimento social organizado denominado Direitos Urbanos (DU). O método adotado foi a arqueologia foucaultiana e sua análise de discurso. Nossos achados apontam para cinco formações discursivas antagônicas: duas favoráveis e três contestadoras do modelo de planejamento urbano adotado no Recife.
Palavras-chave: Gestão Pública, GPU, Urbanismo Crítico
O presente artigo buscou explorar o discurso da crise aérea sob a ótica dos meios de comunicação e assim compreender como essas mídias significam a crise. A abordagem desse trabalho se desenvolveu na perspectiva da Teoria do Discurso de Laclau e Moufee (1987). Foi percebido que, de maneira geral, as mídias privadas são divididas no que diz respeito a considerar, ou o Governo ou as empresas aéreascom foco na GOL e na TAMcomo culpadas. Há uma cadeia de equivalência no discurso da revista Veja e do portal G1 em culpar o Governo por essa crise, enquanto que o Estadão culpa as empresas. Todavia, os blogs tiveram posturas antagônicas às mídias privadas em busca de defender os controladores, considerados por esses blogs como injustiçados. A coleta de dados se deu pelos documentos em trinta e três sites e dez blogs, com reportagens de 2006 a 2013.
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