Este estudo analisou elementos da práxis docente capazes de produzir no professor a necessidade de refletir sobre sua atividade de ensino, tomada como mediadora do processo de desenvolvimento profissional docente, e que se mostraram desencadeadores de aprendizagens de conhecimentos profissionais de professor. A pesquisa, de natureza qualitativa, modalidade pesquisa-ação (CARR; KEMMIS, 1988), foi desenvolvida numa escola de educação básica do município de Ijuí/RS no contexto de um processo de reestruturação curricular ocorrido nos anos de 2019 e 2020. Ela envolveu duas professoras e quatro estudantes de uma universidade comunitária e quatro professores de escola básica. Os dados emergiram de gravações em áudio dos encontros de estudo e de planejamento do ensino e de respostas de entrevistas e questionários respondidos por professores da escola. Os resultados apontam o compartilhamento de concepções e o trabalho colaborativo como elementos essenciais para o aprimoramento do desenvolvimento profissional docente, e levam à conclusão de que a assessoria da universidade e o tempo para estudo e planejamento são fundamentais para transformações da prática.

Este estudo teve como objetivo investigar elementos formativos que se fazem presentes em discursos e práticas de professores envolvidos num processo de reestruturação curricular, via Situação de Estudo (SE), durante o período de efetivação do Novo Ensino Médio (NEM), e analisar as contribuições desse processo no Desenvolvimento Profissional Docente (DPD). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, modalidade pesquisa-ação, desenvolvida em uma escola pública estadual localizada no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul/RS. A pesquisa envolveu três professoras de escola básica, um professor de uma Coordenadoria de Educação do RS, os quais responderam a uma entrevista, e uma professora e quatro estudantes de uma universidade comunitária. Os dados foram organizados pelo viés da Análise Textual Discursiva (ATD), emergindo duas categorias: a) resistência e b) identidade do professor. Os resultados revelam que mudanças curriculares, sejam via políticas educativas ou resultado de processos autorreflexivos de reestruturação curricular promovidos pela própria escola, oportunizam cenários de trabalho educativo que aprimoram os processos de desenvolvimento humano e profissional dos envolvidos, mostram que a resistência, no contexto investigado, sugere transformações no sujeito e na constituição da sua personalidade, e que a identidade do professor se dá na inter-relação entre o conhecimento pessoal e profissional e a capacidade de se apropriar daqueles conhecimentos que o trabalho educativo de qualidade lhe exige.