Na Bacia do Araripe, o Membro Crato é uma das mais importantes unidades estratigráficas por seu conteúdo fossilífero, seu contexto análogo ao das “Camadas Pré-Sal” e seu aproveitamento econômico como material de revestimento. Neste trabalho, análises de fácies e petrográficas foram combinadas no estudo de uma seção do Membro Crato em Nova Olinda (CE), com o intuito de investigar sua história deposicional e diagenética. Para tanto, a faciologia de uma seção colunar contínua de cerca de 70 m de espessura foi analisada com a coleta de 13 amostras de rochas carbonáticas, siliciclásticas e evaporíticas. As amostras foram analisadas por petrografia ótica. Foram descritas cinco fácies deposicionais: lamito margoso (Lm), calcilutito laminado (Cl), arenito maciço (Am), siltito com laminação cruzada cavalgante (Scc) e evaporito colunar (Ec). As fácies mais espessas e recorrentes foram interpretadas como lacustres (Lm, Cl), seguidas de sucessões aluviais (Am, Scc) em meio aos intervalos lacustres. A sucessão termina com indícios faciológicos de que condições de extrema aridez (Ec) foram atingidas ao final do intervalo descrito. A petrografia, aqui focada em rochas das fácies Cl, Am e Scc, reforça a ideia de que o intervalo do Aptiano local correspondia a um sistema lacustre árido, eventualmente alimentado por fluxos aluviais imaturos a partir de áreas-fontes próximas. Em particular, o baixíssimo grau de compactação mecânica e cimentação incipiente das rochas terrígenas sugere que a sucessão foi pouco afetada por diagênese após seu soterramento, que foi, por essa razão, pouco profundo. A semelhança dos intervalos terrígenos do Membro Crato com aqueles descritos para a porção final da sotoposta Formação Barbalha sugere contemporaneidade com passagem transicional retrogradante entre as duas unidades.
Comumente, no meio de profissionais e pesquisadores em hidrogeologia, nota-se que em aquíferos livres regionais a superfície freática acompanha moderadamente o relevo. Entretanto, o estudo e aprofundamento desse fenômeno ainda é incipiente e determina um campo aberto a teorias e teses. A compreensão da dinâmica do escoamento em meios porosos em aquíferos sedimentares possui importância estratégica pois estes são mananciais hídricos de potencial apoio ao abastecimento doméstico, comercial e industrial, sobretudo no litoral, possibilitando a determinação de reservas existentes para uso e preservação, bem como a compreensão dos ciclos de renovação destas. Neste sentido, este trabalho aborda o impacto da topografia na formação da superfície freática em Formações Geológicas Dunas de grande ocorrência no litoral brasileiro, tomando como estudo de caso, os campos de dunas na região do Pecém – Ceará. Foi aplicado um índice de influência da topografia, sugerido por Haitjema e Mitchell-Bruker (2005), ao modelo conceitual da área, com os respectivos parâmetros hidrogeológicos, em especial recarga que foi aplicada em sua média histórica anual e, também, em sua média histórica para cada mês do ano. Os resultados apontam para uma variação na influência do relevo na formação da superfície freática sobretudo devido a sazonalidade do regime de chuvas, apresentando que apenas nos meses de maior pluviometria (março e abril) há indicadores da influência da topografia no formato da superfície freática.
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