O presente artigo busca articular o movimento de derrubada de estátuas, símbolos da colonização e escravidão, com a performance coreográfica da artista Diambe da Silva na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 2019 e 2020. Primeiro é contextualizado o papel social e simbólico das estátuas no espaço público, e como a arte é vetor de mudança através de uma breve revisão bibliográfica de artigos e textos, que colocam em evidência a problemática de estátuas de personalidades controversas que ainda são preservadas e mantidas em espaços públicos e como o poder público e os cidadãos vem lidando com essa questão nos últimos anos. Depois, a obra de Diambe é analisada, a partir da escolha das estátuas e sua localização no Rio de Janeiro. O artigo selecionou três coreografias da série Devolta que ocorreram nas estátuas das figuras históricas de Dom Pedro I, Dom João VI e Princesa Isabel, personalidades recorrentes nas narrativas da história colonial brasileira e que exerceram papéis centrais e controversos quando revisitamos a narrativa construída de um país que, de colônia, se tornou império para, por fim, ser reconhecido como república. Através das coreografias, um novo sentido simbólico é dado às estátuas, localizadas em espaços de destaque da cidade, conhecidas áreas nobres, o bairro de Copacabana e o centro comercial da cidade, sendo o último espaço de moradia da monarquia portuguesa no Brasil. Relacionando os conceitos de coreopolícia e coreopolítica de Andre Lepecki com a obra de Diambe em conjunto com pensamentos de Achille Mbembe sobre o destino das estátuas representantes de um passado opressor colonial, o artigo faz uma leitura crítica do lugar das estátuas na atualidade a partir da obra da artista.
RESUMO A partir da análise da trajetória de duas bailarinas, Josephine Baker e Mercedes Baptista, o artigo propõe uma reflexão acerca do conceito de estereótipos de Stuart Hall. Por serem mulheres negras, categorias eram aplicadas às suas movimentações sem maior profundidade: para Josephine, identificação com danças primitivas; para Mercedes, a falta de reconhecimento de um corpo negro em destaque na dança clássica. As formas como elas lideram com estereótipos e se tornaram agentes de seus corpos, além das marcas que deixaram na sociedade ocidental, serão aqui objetos de análise.
Based on the analysis of the trajectory of two dancers, Josephine Baker and Mercedes Baptista, this article proposes a reflection on the concept of stereotypes as per Stuart Hall. Being Black women, categories were applied to their movements without further depth: for Josephine, there was the identification with primitive dances; for Mercedes, the lack of recognition of a Black body in a leading role in classical dance. The ways in which they dealt with stereotypes and became agents of their bodies, and the marks they left in the western society will be the objects of analysis.
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