A medida que a produção e o mercado de alimentos orgânicos foram se expandindo durante os anos 90, tanto no contexto internacional quanto no Brasil, os supermercados passaram a ter um papel dominante em relação aos canais alternativos de comercialização.Este artigo pretende contribuir na análise do papel do setor supermercadista na comercialização de produtos orgânicos, fundamentalmente frutas, legumes e verduras (FLV), e nos tipos de consumidor focalizados nas suas estratégias. Para isto, analisamos diversas referências bibliográficas - publicações especializadas no setor supermercadista e relatórios de agências de consultoria internacional, que nos permitam delinear algumas das características das estratégias dos supermercados na comercialização de orgânicos no mundo e no Brasil. Também procuramos, a partir da análise da estratégia dos supermercados, delinear algumas características do perfil dos consumidores. Argumentamos, a partir dos dados acima referenciados, que o consumo crescente de orgânicos nos supermercados é parte de uma demanda mais ampla por alimentos saudáveis que, por sua vez, faz parte de um estilo de vida que tem sido caracterizado como ego-trip, em contraste com o ecológico-trip.
Este artigo tem como objetivo a análise de pesquisas sobre percepções de consumidores, produtores, cidadãos em relação ao uso de alimentos transgênicos, estabelecendo comparações entre as desenvolvidas no Brasil, na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos. Tais pesquisas têm passado a desempenhar um papel central nos debates sobre seus riscos tanto entre os setores a seu favor quanto aos que se manifestam contrários a tal uso. Um dos argumentos centrais deste trabalho é que no Brasil há uma significante carência de dados sobre tal percepção pública. A falta de pesquisas, ou seu número limitadíssimo é aqui considerado uma evidência para caracterizar a trajetória da polêmica no Brasil, com uma significativa ausência de participação pública nos debates sobre transgênicos. Estes giram em torno de atores sociais organizados, que atuam sem ou com parcial representatividade. Também o número limitado de pesquisas expõe os limites da área de marketing, ainda assumindo no Brasil uma perspectiva positivista sobre o consumidor. E, por último, consideramos que podemos relacionar a falta de informação com a falta de problematização no espaço acadêmico sobre os conflitos ou consensos entre conhecimentos peritos e leigos quando estão em questão inovações tecnológicas que envolvem riscos incertos. Na primeira parte focalizamos nas pesquisas realizadas no contexto brasileiro, escolhendo as que passaram a ser destacadas como apóio a argumentos a favor ou contra os transgênicos entre os principais atores sociais envolvidos no debate. Na segunda parte consideramos as pesquisas realizadas em outros paises. Na terceira parte analisamos os limites e vantagens das diferentes pesquisas aqui selecionadas como representativas, o que nos permite nas conclusões formular sugestões para pesquisas de opinião pública no Brasil não só sobre transgenicos, mas também sobre percepção publica da ciência.
This paper offers a comparative analysis of two public engagement exercises, conducted concurrently in the UK and Brazil. Following an account of how public engagement is situated in the political imaginary of the UK and Brazil, we set out a theoretical framework for such comparison, highlighting questions of narrative, political culture and civic epistemology. We then set out key differences in response, considering Brazilian citizen responses as prototypically more positive of (nano)technology, and as more amenable to and accepting of Enlightenment master narratives of technoscientific progress. UK citizen responses, by contrast, were more tragic, and more informed by resistant narratives of technoscientific failure. Although such distinctions are not absolute, they are nevertheless significant. We conclude by pointing to a set of analytical and normative challenges for how the science and technology studies analyst is to understand the politically contingent character of public engagement in the governance of science and technology.
RESUMONeste artigo são analisadas as alternativas propostas por corrcntes construtivistas dentro da sociologia ambiental c por teorias sociais recentes (teoria da estruturação, da sociedade global de riscos e teoria do ator-rede) referentes ao problema de como lidar socialmente com riscos de graves conseqüências, como os alimentares (BSE e transgênicos). Um dos pontos comuns na bibliografia aqui considerada é a crítica às análises técnicas e quantitativas sobre riscos ambientais e tecnológicos. dominantes internacionalmente na de1inição. avaliação e controle dos riscos. Estas análises ignorariam que tanto a~causa~dos danos como a magnitude de suas conseqüências estão mediadas por experiências e interações sociais, assim como por não reconhecerem a existência de diferentes racionalidades inlluenciando as percepções de riscos. Este argumento levanta a questão sobre como envolver os leigos em debates que têm sido monopolizados pelos peritos. Nas sugestões apresentadas e discutidas no artigo, podem ser identificados diversos problemas (idealização do conhecimento leigo como mais apropriado que o perito, generalizações a partir do contexto europeu etc.). Finalmente. resgata-se a contribuição de recentes trabalhos na teoria do atorrede que, numa aproximação com a sociologia ambientaL jélrlmilam critérios mais viáveis para responder aos desafios colocados pelos riscos alimentares.
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