Este artigo debate as dicotomias entre mobilidades físicas e imagéticas ocorridas na pandemia da COVID-19, considerando as restrições de fluxos de turistas contidos nas barreiras sanitárias e das comunicações turísticas que, ao mesmo tempo que alertam para a necessidade de restrição ao turismo, promovem seus atrativos na perspectiva de retomada da atividade. Para tal, fez-se uma análise de contexto a partir dos conteúdos (tipologia, representação e discurso/interpretação) presentes nos materiais difundidos pela imprensa e pelos órgãos locais das Rotas Turísticas Costa do Sol/Região dos Lagos e São Paulo/Litoral Norte. Os conteúdos empíricos são expostos como exemplos, pois a essência do trabalho está nas dinâmicas e processos das mobilidades que os caracterizam e transmutam. Os resultados corroboram o argumento que as dimensões física e imagética do turismo ilustram dois elementos principais para se (re)pensar o conceito e as práticas mobilidades turísticas. Assim, as contribuições deste trabalho se colocam em duas vertentes: primeiro, no campo teórico-metodológico das mobilidades, ao ampliar a discussão sobre turismo para além da mobilidade física de corpos, orientados pelo Paradigma das Novas Mobilidades; segundo, coloca em discussão vertentes contraditórias sobre as práticas turísticas no presente, podendo orientar a gestão da atividade em função dos desdobramentos da pandemia.
Levando em consideração as interrelações dos diversos agentes do fenômeno do turismo, presenciamos o espaço marcado pelas multiterritorialidades, resultado da sobreposição de diferente territórios no espaço, incluindo aqueles gerados por seus trabalhadores. Neste contexto, este artigo busca compreender a multiterritorialidade dos trabalhadores do turismo de Arraial do Cabo (RJ), especificamente dos trabalhadores da hotelaria, tendo em vista seus espaços de trabalho, lazer e moradia, e aspectos funcionais e simbólicos. A pesquisa de campo, de caráter qualitativo, consistiu na realização de entrevistas com auxílio de formulários semiestruturados, com base nas orientações teórico metodológicas de Baptista (2014). A análise dos resultados nos permitiu observar que as mobilidades dos trabalhadores do turismo que moram em Arraial do Cabo se demonstram ainda restritas pelo nível da possibilidade (Lévy, 2001), uma vez que a oferta de lazer para esse grupo é escassa, limitando suas articulações e mobilidades, sendo enfraquecida em seu sentido simbólico.
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