Resumo: O presente artigo é uma reflexão sobre a importância de uma nova forma de ciência, bem como sobre possíveis eixos para uma ciência feminista. Propõe-se, aqui, a substituição de um fazer científico neo-positivista por um modelo de ciência que entenda as formas de produzir saber oriundas de diferentes comunidades epistêmicas, que adote a objetividade como saberes localizados e que, ao invés de incorporar o liberalismo, seja comprometido com a libertação dos grupos subjugados. O modelo proposto também inclui um novo objetivo para a ciência, que ao invés de buscar a lei universal do mundo, busque a tradução de diferentes realidades e permita uma relação de accountability entre os sujeitos de pesquisa.
In this article, I discuss Black transnational solidarity and liberation in the Americas by analyzing the historical relationship between W. E. B. Du Bois and Brazil from 1900 to 1940. At the beginning of the twentieth century, Du Bois was studying, writing, and publishing about Brazil. He was interested in creating international solidarity and cooperation among Black people. However, Du Bois (as well as other African Americans) promoted the idea that Brazil was a place without racism, a racial paradise. This idea served as a basis for a theory that oppressed Afro-Brazilians—the myth of racial democracy. In this article, I explore Du Bois’s relationship with Brazil, highlighting possible reasons why Du Bois engaged with the myth of racial democracy. In addition, I argue that this historical event teaches us that an Afro-diasporic liberation project must seriously consider global and material inequalities among Black people.
How do we decolonize cities? By demanding control over their land and organizing their communities according to ethnic traditions and ancestral ontologies, Afro-descendant movements in the Americas create territories of lifeself-determined collectives in which people can experience new forms of life. Decolonial authors who have studied these communities define them as a path to decoloniality-a rupture with modern/colonial logics. However, most of the studies focus on communities in rural areas. Why are urban spaces not vital to the debates about decoloniality? Do cities pose specific challenges to the creation of territories of life? This paper explores these questions. Analyzing the urban experience of the African diaspora in the Americas, I argue that urban spaces challenge decoloniality because cities are often represented as the spatial and racial image of Western modernity, as white places of progress and development. I also argue this representation is based on Black people's evisceration. Finally, this paper seeks to contribute to decolonial urban struggles. Thus, I propose an urban decolonial praxis-an analytical lens and a praxis of research committed to decoloniality to explore cities' decolonization through the redefinition of territories of life, the redefinition of what 'being urban' means, and the wide range of urban resistances.
As prostitutas estão entre as mulheres mais vulneráveis da sociedade e, no Brasil, são majoritariamente mulheres negras e com baixa escolaridade. Por causa desse perfil, os estudos sobre o comportamento político previam que esse grupo social seria menos propenso à participação política. No entanto, as organizações de prostitutas têm crescido e se expandido por todo o Brasil. O que tem promovido o engajamento dessas mulheres? O artigo trata dessa questão através de um estudo de caso sobre a participação das mulheres da Rua Guaicurus, localizada em Belo Horizonte e um dos maiores complexos de prostituição do Brasil, com especial atenção à Associação de Prostitutas de Minas Gerais (APROSMIG). Argumento que a participação das prostitutas é explicada pela interação entre quatro fatores: identidade coletiva, redes, retribuições e desenhos de instituições participativas. Também argumento que esses fatores integram três fases da participação política: iniciação, manutenção e ampliação.
Esse artigo analisa as relações raciais no Brasil a partir de dois conceitos: colorismo e pigmentocracia. Alice Walker cunhou o primeiro conceito para descrever um sistema racial-patriarcal, criado pela comunidade negra estadunidense, que valoriza peles claras em detrimento das peles escuras. Alejandro Lipschütz criou o segundo conceito para descrever as dinâmicas raciais de sociedades latino-americanas, que hierarquizam pessoas segundo características fenotípicas (especialmente a cor da pele). Através da justaposição desses conceitos e da literatura sobre raça e racismo no Brasil, argumenta-se que o termo pigmentocracia capta melhor a realidade brasileira do que o termo colorismo. Afinal, perde-se uma caraterística fundamental das dinâmicas raciais brasileiras ao analisar este país pelas lentes do colorismo: a forma como o mito da democracia racial se estrutura pela ideologia do embranquecimento e pela violência contra a subjetividade da população negra. Já o conceito pigmentocracia ilumina tanto a violência relacionada a valorização de características fenotípicas tidas como europeias quanto a violência relacionada ao mito da democracia racial e a ideologia do embranquecimento.
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