Resumo Este artigo põe foco nos diretores das escolas estaduais do Rio Grande do Sul, apresentando uma síntese dos dados examinados na pesquisa "Gestão Escolar Democrática: elementos para uma política de desenvolvimento profissional para os diretores da rede estadual do Rio Grande do Sul", que investigou a formação, as condições de trabalho e as práticas de gestão democrática com o objetivo de contribuir com elementos que possam subsidiar a concepção de uma política de desenvolvimento profissional para a gestão escolar democrática. A pesquisa, de cunho exploratório, teve como principal fonte empírica as respostas dadas pelos diretores da rede estadual gaúcha às questões do Questionário do Diretor, por ocasião da aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), em 2015. Os dados consignados pelos própriosos diretores da rede estadual gaúchapossibilitam um retrato multidimensional deste grupo profissional e mostram que os preceitos legais referentes à gestão democrática das escolas estão sendo atendidos. Revela-seuma configuração francamente favorávelde características sociodemográficas, formação e experiência profissional, bem como de aspectos vinculados à gestão e às condições de trabalho, em relativo desalinho com noções apontadas pela crítica às escolas públicas e seus profissionais assim como comalgumas alegações do magistério em suas reivindicações. Tal constatação nos remete à importância de futuras pesquisas, qualitativas e aprofundadas, para discutir com os diretores e suas comunidades escolares concepções e práticas de gestão democrática. Palavras-chave: Gestão democrática; Desenvolvimento profissional docente; Diretor de escola; Rio Grande do Sul; SAEB.
O presente artigo analisa as condições de trabalho dos professores e diretores das escolas estaduais do Rio Grande do Sul. É resultado de pesquisa exploratória, tendo como fonte principal os questio-nários do SAEB (2015b, 2017b), com referencial acerca dos profissionais, suas carreiras e valori-zação, produzido por Oliveira (2004), Souza (2007), Souza e Gouveia (2010), Jacomini e Penna (2016) e Nunes e Oliveira (2017) mais os estudos de Ball, Maguire e Braun (2016) sobre a atuação das políticas, e Nancy Fraser (2006) sobre justiça social. Diretores da rede estadual gaúcha possu-em melhores condições de trabalho do que os professores da mesma rede: possuem salários um pouco maiores; têm carga horária semanal de até 40 horas (86,2%); declaram receber apoio dos superiores (84,1% em 2015 e 85,4% em 2017) e da comunidade (95% em 2015 e 2017); todavia, parte exerce outra atividade remunerada (30,5%). Os professores, além de elevada carga de traba-lho, têm precários vínculos de carreira; sendo que 47,2% atuam em duas ou mais escolas que pos-suem remuneração muito baixa; e 40% creditam aos fatores de insatisfação os problemas de apren-dizagem dos alunos. Assim, evidenciamos a gravidade do problema de desvalorização da carreira e a necessidade de agregar tal situação à pauta das políticas educacionais.
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