Resumo. O mastocitoma está entre os tumores de pele mais comuns nos cães, possuindo grande importância na rotina clínica e cirúrgica, porém sua ocorrência em animais abaixo de um ano de idade é considerada rara, acometendo geralmente animais de meia idade a idosos. Seu diagnóstico é feito através de exames anatomopatológicos, principalmente a histopatologia, que permite a graduação e avaliação prognóstica. O tratamento pode envolver múltiplas abordagens terapêuticas, como a quimioterapia, eletroquimioterapia, inibidores dos receptores tirosinoquinase, radioterapia e criocirurgia, no entanto a modalidade mais indicada é a excisão cirúrgica, que possibilita a maior chance de cura do animal. O prognóstico para o mastocitoma pode variar de acordo com a sua graduação e fatores clínicos, além dos fatores imunoistoquímicos, que possuem grande relevância prognóstica porem ainda não são considerados rotineiros. O presente trabalho relata o caso de um canino com manifestação de um nódulo aos nove meses de idade, sendo realizada a exérese cirúrgica, com envio da amostra para avaliação histopatológica e posteriormente, imunoistoquímica. O tumor foi diagnosticado como mastocitoma e classificado como baixo grau segundo a graduação de Kiupel, e grau II segundo a graduação de Patnaik, além de manifestar um padrão c-Kit II e marcador de proliferação Ki -67 de 4, em exame de imunoistoquímica. Foi realizado protocolo de quimioterapia metronômica com o uso de clorambucil 4mg/m² associado à prednisona 1mg/kg, atingindo 60 dias livre de quaisquer sinais da doença, e recebendo a alta oncológica, permanecendo apenas em acompanhamento. A ocorrência de casos de neoplasias malignas em animais de idades precoces é preocupante e requer estudos mais aprofundados.
Os sarcomas de tecidos moles (STM) são neoplasias mesenquimais malignas, que acometem principalmente a pele e o subcutâneo, respondendo por 8 a 15% dos tumores cutâneos caninos (Liptak; Christensen, 2020). O grupo é composto por uma série de neoplasias mesenquimais que possuem comportamento biológico, macroscopia e microscopia semelhantes entre si, e a ressecção cirúrgica é a terapia de eleição devido a sua agressividade local e baixa taxa de metástases (Liptak; Christensen, 2020). O presente trabalho relata um caso de um canino, fêmea, sem raça definida, de 11 anos de idade, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, apresentando um tumor ulcerado em região perianal, com evolução rápida e crescimento progressivo. Durante o atendimento, o animal manifestava prostração, hiporexia, normodipsia, normoúria, normoquesia, e apresentava massa em região perianal direita, de consistência firme, aderida e ulcerada, medindo aproximadamente 9,0 cm em sua maior dimensão. Foi realizado exame citopatológico com a amostra coletada através de técnica aspirativa, com microscopia sugestiva de sarcoma de tecidos moles. Foram solicitados exames de radiografia torácica, ultrassonografia abdominal e hemograma para estadiamento clínico e avaliação da condição geral do animal. Durante radiografia foi evidenciada massa em região de mediastino aproximadamente 6 cm. Foi realizada coleta de amostra para exame citopatológico guiada por ultrassonografia com diagnóstico sugestivo de sarcoma de tecidos moles. Os tutores optaram pela eutanásia do animal. Foi realizado exame de necropsia evidenciando massa de 7,0 x 6,0 x 4,0 cm em lobo pulmonar cranial esquerdo, múltiplos nódulos esplênicos variando entre 2,0 x 2,0 cm a 4,0 x 3,0 cm, além da massa de 9,0 x 8,0 x 5,0 cm em região perianal. O diagnóstico histopatológico foi de sarcoma fusocelular, com metástases em pulmão e baço, sugerindo diagnóstico diferencial de fibrossarcoma. Os sarcomas de tecidos moles se manifestam majoritariamente como massas de tamanhos variados, crescimento lento, localizadas principalmente em tronco e membros (Dennis et al., 2011), contrariando a descrição do relato, em que o crescimento foi acelerado e em região atípica. As metástases são incomuns, ocorrendo em até 20% dos casos, principalmente para pulmões (Liptak; Christensen, 2020; Dennis et al., 2011), conforme caso apresentado, porém com metástase incomum em baço. O diagnóstico histopatológico pode ser dificultado em casos de baixa diferenciação, com difícil distinção da origem neoplásica, podendo ser necessário exame de imunoistoquímica (Liptak; Christensen, 2020). No relato o diagnóstico histopatológico foi de sarcoma fusocelular, sugestivo de fibrossarcoma. É importante considerar a possibilidade de disseminação mesmo em tumores que possuem baixos índices metastáticos, obtendo um estadiamento clínico fidedigno, de forma a estabelecer a melhor conduta terapêutica para o paciente.
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