Cet article examine comment les critiques, les conservateurs et les artistes élaborèrent un récit biaisé de la vie et de l’œuvre du sculpteur bahianais Agnaldo Manoel dos Santos (1926-1962) réduisant leur interprétation à un lien inconscient et atavique avec le continent africain. À la lumière de ce que j’appellerai ici une « modernité consentie », il est possible de montrer comment cet artiste noir, qui ne reçut pas d’éducation académique, subvertit le monde des arts en occupant une place qui ne lui était pas réservée.
O artigo tem por objetivo apresentar um panorama histórico das exposições de arte africana realizadas no MASP bem como tecer algumas considerações sobre as coleções africanas presentes em seu acervo. Apesar de o Museu de Arte de São Paulo ser reconhecido por sua coleção de arte europeia, essa instituição sediou e também organizou exposições de arte africana, além de ter constituído coleções. As exposições de arte africana realizadas no MASP podem ser entendidas basicamente, mas não exclusivamente, a partir de três perspectivas distintas: aquelas que respondiam a interesses privados, como é o caso da mostra Arte Negra (1953) e também daquela que exibiu a coleção africana do Bank Boston em 1976; as relacionadas à política de aproximação entre Brasil e África durante a ditadura militar no país, como é o caso de Arte Tradicional da Costa do Marfim (1974) e Arte Contemporânea do Senegal (1981); aquelas que exploravam a herança dos africanos no Brasil e estavam apoiadas na tese de fluxo e refluxo do tráfico de escravos, de autoria de Pierre Verger, cuja maior representante é África Negra (1988).
Quando recebi o convite para organizar um dossiê dos Anais do Museu Paulista que tivesse como foco a cultura material da África, deparei-me com o grande desafio de encontrar estudiosos no Brasil que pudessem colaborar com esta edição. Se os nossos laços históricos com o continente africano propiciaram o estudo de temáticas abordadas por diversas áreas do conhecimento -como é o caso daqueles relativos à escravidão e mais recentemente os voltados para a história da África, que têm apresentando notáveis avanços no país -o mesmo não se pode dizer dos estudos que focalizam especificamente a cultura material africana, seja no domínio da arqueologia, da história social ou da história da arte.Trata-se, sem dúvida, de um campo em construção, em que as iniciativas e ações para o seu fortalecimento são ainda bastante tímidas. Não é fácil compreender os motivos para toda essa falta de atenção, ainda mais se lembrarmos que o primeiro artigo que se tem notícia dedicado ao tema no Brasil data de 1904 -"As Bellas Artes nos colonos pretos do Brazil" -escrito pelo médico maranhense Nina Rodrigues, que abordou pioneiramente um conjunto de peças afro-brasileiras e africanas.Se, por outro lado, pensarmos na existência e formação das coleções africanas no Brasil, é possível afirmar que sua presença também não pode explicar esse quadro deficiente. A coleção africana do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, tem, por exemplo, peças que entraram para o acervo desde o início do século XIX e, em meados do século XX, ela estava amplamente formada. Já a coleção africana Anais do Museu Paulista. São Paulo.
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