Ao se estabelecerem no litoral catarinense, açorianos e madeirenses, por volta de 1740-60, exerceram as atividades permitidas pela Coroa portuguesa. Entre elas estavam à pesca da baleia, que a princípio demonstrou grande importância para os primeiros povoados. Porém, quando esta atividade se mostrou incapaz de produzir à vida material nos povoados a pequena agricultura virou atividade permanente, aliada também à pesca de subsistência ou o que chamamos hoje de pesca artesanal. Este estudo busca demonstrar de forma descritiva estas mudanças nas atividades exercidas no litoral de Santa Catarina até a constituição do que hoje chamamos de setor pesqueiro. E que no decorrer destas relações estabelecidas entre estado, indús-tria -capitalista e o trabalho, na busca pela industrialização de tal atividade acaba por gerar conflitos de uso de um bem comum, o mar. Ao final verificaremos o teor da crise instalada no litoral, resultado das relações estabelecidas entre o homem e a natureza quando reina a lógica do mercado.
Palavras-chave:Industrialização -Pesca artesanal -Políticas pesqueiras nacionais.When immigrants from Island of Açores and Island of Madeira arrived in Santa Catarina coastline, around year of 1740-1760, they practiced the activities permitted by the Portuguese Monarchy. Fishing for the whale was one of those activities, which initially showed great importance for the village. However, when whaling was unable to produce the material life in the villages, the small agriculture activity became permanent, along with the fish for subsistence or what we call today the fishing craft. The present study demonstrates the changes in the practical activity at coastline of Santa Catarina till the establishment of the fisheries sector. This paper also shows that in the course of the relations between the state, capitalist industry and the work -in search for industrialization of this activity -generated conflict in the sea use. In addition, we demonstrate that the crisis installed in the coastline -result of the established relations between the men and nature where the market logic prevailed.
Este artigo propõe uma aproximação compreensiva aos regimesde conhecimento do povo indígena Krahô. Tal qual o desenho enredado decaminhos (pr`y) que interligam as aldeias, o pensamento mehim pode ser vistocomo uma rede que conecta pessoas, animais, plantas, nomes pessoais,prerrogativas rituais, espíritos (mecarõ), mortos e tantos Outros. O recortedo presente artigo procura captar concepções e práticas que dotam deespecificidade alguns destes “caminhos” enquanto regimes de conhecimentoque, atualizados no campo interétnico, nos aproximam da noção krahôdo que temos chamado de “propriedade intelectual”. Na verdade, pretendemosmostrar que uma noção de “propriedade” do conhecimento, tal comonossa sociedade a compreende, não corresponde às formas nativas de apropriação,transmissão e validação do conhecimento, e que isso gera efeitossingulares quando – em um palco de negociações interétnicas – estes doissistemas são postos a interagir. Trataremos, pois, das formas de produção ecirculação de conhecimentos agrícolas, xamânicos e rituais e dos códigos sensíveissubjacentes à sua constituição. Por fim, veremos como se comporta aagencialidade indígena frente a dois projetos de pesquisa que, recentemente,buscaram acessar tais conhecimentos – tidos como “tradicionais” – e osdesencontros cognitivos gerados nestas interações.
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