Esta pesquisa teve como objetivo identificar e compreender fatores de risco individuais e familiares da perpetuação da violência, por meio de um estudo descritivo de caráter transversal. Participaram desta pesquisa oito homens que estavam respondendo a processo judicial pautado na Lei Maria da Penha. Os resultados apontaram presença de histórico de maus-tratos na infância, percepção de reciprocidade de violência entre o casal, concordância com crenças legitimadoras de violência conjugal, expressão de raiva desadaptativa, bem como uso de substâncias. Identificar fatores de risco que fazem parte da manutenção da violência entre parceiros íntimos possibilita a criação de intervenções efetivas. As intervenções devem ter como foco aprendizagem de estratégias para regulação de emoções, como raiva, bem como a reestruturação de crenças legitimadoras de violência de gênero. Palavras-chave: homens; violência contra mulher; fatores de risco.
Objetivo: Analisar as notificações de violência contra crianças e adolescentes no Brasil de 2009 a 2017. Métodos: Pesquisa quantitativa epidemiológica, descritiva e documental, por meio de acesso aos registros públicos do SINAN/DATASUS. Foram extraídos dados de notificações de violência contra crianças e adolescentes, utilizando os filtros: perfil sociodemográfico (idade entre 0 a 19 anos de idade, sexo, raça/cor), tipo de violência e vínculo com o agressor. Resultados: Foram notificados 645.393 casos de violência no período avaliado, predominantemente do sexo feminino 393.149 (60,97%). Na faixa etária de 1 a 4 anos o tipo de violência mais comum foi negligência 54.439(8,44%) e na faixa etária de 15 a 19 anos prevaleceu a violência física 176.670 (27,37%). Predominou a violência contra a raça/cor branca 242.064 (37,51%) e parda 237.464 (36,79%). No que diz respeito ao vínculo do agressor com a vítima, os pais foram os mais recorrentes 259.055 (40,13%) das notificações. Conclusão: Os achados do presente estudo, poderão subsidiar gestores públicos na formulação de ações de saúde que auxiliem a mitigar situações de violência contra crianças e adolescentes. Considera-se necessário o fomento de estratégias para a articulação dos profissionais com essa ferramenta, assim contribuindo para atenuar as subnotificações.
Resumo Este estudo visou traduzir, adaptar e verificar evidências de validade da Escala de Crenças sobre Violência Conjugal (ECVC), bem como investigou diferenças nos índices de concordância com crenças legitimadoras de violência conjugal, considerando as variáveis gênero, escolaridade e possuir filhos. Os participantes foram adultos brasileiros (N = 1.337), maiores de 18 anos, sendo 66,34% pertencentes ao gênero feminino e 33,65% masculino. Foram realizadas análises fatoriais confirmatórias e exploratórias, e análise de comparação das médias através de uma ANOVA. Os 25 itens da escala apresentaram cargas fatoriais superiores a 0,46. A versão brasileira da escala apresentou estrutura unidimensional. Foi observado que os três indicadores utilizados para avaliar a consistência interna apresentaram valores satisfatórios. Por fim, identificou-se que participantes do gênero masculino, com menor escolaridade e com filhos apresentaram maior concordância com crenças legitimadoras de violência conjugal. Os resultados encontrados reforçam as qualidades psicométricas da escala indicando sua aplicabilidade.
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