Discutem-se os rumos da municipalização do ensino nas séries iniciais do ensino fundamental, definidos com anterioridade à constituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - Fundef, de forma a demonstrar que a transferência de tal responsabilidade aos municípios paranaenses antecede a criação do referido Fundo, ainda que esta intensificação da municipalização tenha sido uma das suas principais finalidades.
O artigo apresenta os resultados de pesquisa sobre os financiamentos internacionais do Banco Mundial (BIRD) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o ensino fundamental e médio, no Paraná, nos anos 80 e 90, em três governos do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) que estiveram no poder de 1983 a 1994. Apartir da identificação de que o primeiro governo (1983-1986) encaminha e redireciona, segundo prioridades democráticas ou comunitárias, projetos financiados com recursos externos (BID), negociados pelo governo federal, examinam-se, no segundo e terceiros governos (1987-1990 e 1991-1994) o processo de negociação e o conteúdo dos projetos especificamente educacionais, diretamente negociados pelo governo estadual com os Bancos. As razões que levaram os dois governos à busca de financiamento externo explicam-se fundamentalmente no quadro da grave crise econômica herdada da ditadura militar, com a conseqüente redução dos recursos públicos para as áreas sociais, além de outros motivos que se situam na concepção da educação como formadora de mão-de-obra para o desenvolvimento. O que se pode constatar é que os empréstimos, no caso do Paraná, foram importantes indutores do ajuste progressivo das políticas educacionais, que, nos anos 80, buscaram contemplar a universalização da escola pública, com qualidade, para a maioria da população, ao "pacote" do BIRD, cuja ótica é a racionalidade econômica. Entretanto, não se pode afirmar, por limitações históricas, que houvesse clara compreensão, naquele momento histórico (1983-1990), por parte dos agentes do governo (técnicos e autoridades), do grau de direcionamento das políticas educacionais que resultaria como contrapartida dos empréstimos. A hipótese que pode ser levantada a partir daí é a da plena adesão (identidade) do governo (técnicos e autoridades) que sucedeu aos anteriores às diretrizes dos Bancos.
Esse ensaio intenta explicitar determinada compreensão das relações entre as políticas educacionais produtivistas de cunho gerencialista, adotadas em vários estados regionais e municípios brasileiros, e a organização do trabalho pedagógico escolar. Para tanto, foram selecionados e confrontados o conteúdo dez textos acadêmicos, dados a público entre 2014 e 2020, que tinham como objeto de análise experiências de políticas educacionais produtivistas, de caráter gerencialista, consideradas “de sucesso” e suas implicações para a organização do trabalho pedagógico. Tal seleção decorre de pesquisa, em desenvolvimento, voltada ao estudo das relações entre as políticas educacionais e a organização do trabalho pedagógico. Da análise realizada, importa destacar: o caráter de externalidade das políticas produtivistas de cunho gerencialista, tanto em relação às finalidades e especificidade da educação, quanto às próprias instituições escolares e relações sociais nas quais estão inseridas; a intensificação das relações público-privado; a definição de metas quer para administração pública, quer para as escolas, dirigentes, profissionais docentes e alunos; a imposição de uma série de sistemas, de preferência suportados por aplicativos de informática, para exercer a vigilância e o controle diante da competição; o consequente esvaziamento da função pública nas redes de ensino consideradas e, por fim, a manutenção formalista de “ritos democráticos”.
EFETIVOU-SE UM LEVANTAMENTO DE TEXTOS ACADÊMICOS RELACIONADOS AO ENSINO DOS CONTEÚDOS ESCOLARES NA PERSPECTIVA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA NO PERÍODO 2010-2020, INICIANDO LOGO APÓS A COMEMORAÇÃO DOS 30 ANOS DE EXISTÊNCIA DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E FINDANDO NO ANO POSTERIOR AO SEU 40º ANIVERSÁRIO. A PROPOSITURA DO PRESENTE ESTUDO DECORRE DOS RESULTADOS OBTIDOS EM UMA PESQUISA RELACIONADA À PRODUÇÃO ACADÊMICA VOLTADA A ESSA ETAPA DA EDUCAÇÃO BÁSICA ENTRE 2012 E 2017, CONCLUÍDA EM 2019, QUE REAFIRMOU A CONCLUSÃO DE LEVANTAMENTOS ANTERIORES SOBRE A EXISTÊNCIA DE POUCOS ESTUDOS VOLTADOS AOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, PARTICULARMENTE QUANTO AO ENSINO DOS CONTEÚDOS ESCOLARES. A SELEÇÃO DOS TEXTOS (DISSERTAÇÕES, TESES E ARTIGOS EM PERIÓDICOS) FOI REALIZADA PELA BUSCA DIRETA NO GOOGLE ACADÊMICO DOS TERMOS ENSINO DE (LÍNGUA PORTUGUESA, MATEMÁTICA, CIÊNCIAS, GEOGRAFIA, HISTÓRIA, ARTES E EDUCAÇÃO FÍSICA) E A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA; ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA. FORAM LOCALIZADOS VÁRIOS TEXTOS RELACIONADOS COM O ENSINO DOS CONTEÚDOS ESCOLARES, PREDOMINANDO, NESSA LITERATURA, OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. NOS ANOS FINAIS, VERIFICOU-SE BAIXA INCIDÊNCIA DE TESES, DISSERTAÇÕES E ARTIGOS EM PERIÓDICOS SOBRE O ENSINO DE TODOS OS CONTEÚDOS ESCOLARES, SENDO MAIOR O NÚMERO DE TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE O ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, CIÊNCIAS E MATEMÁTICA. O LEVANTAMENTO DA PRODUÇÃO NESSA ÁREA APONTA PARA UM CAMPO ENTREABERTO DE PESQUISA, A SER CONSIDERADA TAMBÉM A PRODUÇÃO ACADÊMICA LATENTE NA GRADUAÇÃO E NOS MESTRADOS E DOUTORADOS PROFISSIONAIS, EXPRESSA EM GRANDE QUANTIDADE EM EVENTOS E PERIÓDICOS INSTITUCIONAIS, LOCAIS E REGIONAIS.
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