Pygeum africanum é uma planta usada como fitoterápico no tratamento de distúrbios da micção provocados por hiperplasia prostática benigna, principalmente em seres humanos e cães. Este trabalho teve por objetivo avaliar a toxicidade reprodutiva do extrato da casca de P. africanum, administrado em ratos Wistar. Os machos foram tratados por 91 dias e as fêmeas por 77 dias, no período pré-acasalamento, gestação e lactação, com sonda orogástrica, nas dosagens de 1,5 mg/kg, 4,5 mg/kg e 15 mg/kg. O grupo controle (C) recebeu salina em volume idêntico aos demais grupos (10 mL/kg). Não foram observadas alterações nos animais tratados com qualquer das três dosagens de P. africanum em comparação com os do grupo controle, quanto ao desenvolvimento ponderal, consumo de água e ração. Não foram detectadas alterações morfológicas nos órgãos internos, cuja massa relativa não diferiu do controle. A avaliação do líquido seminal do ducto deferente e dos testículos não mostrou diferenças na morfologia espermática e na contagem de células espermáticas, comparando o grupo controle com qualquer das dosagens de P. africanum. Não houve interferência sobre a gestação, com as ratas parindo filhotes em número e massa corporal normal. Os índices reprodutivos e de desenvolvimento pós-natal não apresentaram alterações significativas com qualquer das dosagens de P. africanum em relação ao grupo controle. Os filhotes de animais tratados com o P. africanum apresentaram desenvolvimento pós-natal semelhante aos filhotes do grupo controle, com aparecimento de características de desenvolvimento sexual dentro do período previsto para a espécie. Os resultados permitem concluir que a administração do P. africanum, em dosagens até 10 vezes a usada com finalidade terapêutica, não interfere negativamente na reprodução de ratos. O fitoterápico pode ser considerado atóxico sobre a reprodução de ratos.
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