Em regiões de altitudes elevadas do sul do Brasil, predominam perfis de solos com coloração bruna ou bruno-amarelada, em conseqüência do clima frio e úmido, que favorece a formação e, ou, persistência de óxidos de ferro na forma de goethita, causando o amarelecimento completo dos solos. Entretanto, em alguns locais, constatam-se perfis de solos com horizontes superficiais brunados, mas que, em profundidade, apresentam cores avermelhadas, o que parece constituir relíquia de clima pretérito mais seco e quente que o atual. O presente trabalho objetivou estudar a gênese das feições citadas, por meio da avaliação das características estruturais dos óxidos de ferro goethita e hematita nos horizontes brunados e vermelhos. Para tanto, foram descritos e amostrados no Planalto de Lages dois perfis de Nitossolos Vermelhos (Podzólicos Vermelho-Escuros), com horizontes superficiais brunados. Além da caracterização analítica usual, avaliaram-se, através de difratometria de raios X, as características estruturais dos óxidos de ferro de horizontes dos perfis, bem como em crosta laterítica, pedotúbulos e nódulos de gibbsita. Diferenças no padrão da goethita entre os horizontes brunados e vermelhos, bem como similaridade no padrão da hematita ao longo dos perfis, evidenciam que a hematita e, possivelmente, parte da população de goethita com menor substituição de ferro por alumínio tenham sido preferencialmente dissolvidas nos horizontes superficiais. O amarelecimento superficial parece ter sido resultante da persistência da população de goethitas com maior substituição de ferro por alumínio e da neoformação de goethitas, cujas características de maior substituição isomórfica de ferro por alumínio indicam terem sido formadas em condições ambientais diferentes das que prevaleceram na formação dos horizontes subsuperficiais vermelhos.
A recomendação de calcário nos estados do extremo sul do Brasil (RS e SC) objetiva elevar o pH do solo até 6,0 para a maioria das culturas. No entanto, para solos altamente tamponados, que contenham bastante matéria orgânica, esse valor de pH pode ser bem menor. O presente trabalho objetivou avaliar as modificações químicas em vários parâmetros de solo relacionados com a acidez, ocasionadas pela elevação do pH até 5,2, bem como comparar métodos de recomendação de calagem e quantidades necessárias para atingir esse pH relativamente às atuais recomendações. Utilizaram-se 28 (vinte e oito) solos ácidos de Santa Catarina, aos quais se aplicou calcário, em 1984, a fim de obterem-se as curvas de neutralização da acidez. Após cinco meses de incubação, determinaram-se os valores de pH, Ca2++ Mg2+, K+, Na+ e Al3+ trocáveis e de (H+ Al) e, a partir desses valores, calcularam-se a soma de bases (S), CTC efetiva, CTC a pH 7,0, índice de saturação por bases (V%), e índice de saturação por alumínio (m%). Para diagnosticar a necessidade de calcário para elevar o pH a 5,2 compararam-se os métodos do Al3+, H + Al, Saturação por Bases, SMP, e a combinação de Al3+ mais M.O. A elevação do pH-H2O para 5,2 diminuiu o Al3+, na média dos solos, de 4,24 para 0,67cmol c kg-1, o H + Al de 13,04 para 8,74 cmol c kg-1 e a m% de 52 para 8%, e aumentou o Ca + Mg de 3,61 para 8,38cmol c kg-1 e a V% de 24 para 50%. Todos os métodos foram eficientes para recomendar calagem até pH-H2O 5,2, porém o Al + M.O. foi o mais preciso e o saturação por bases o menos eficiente. A elevação do pH para 5,2 ao invés de 5,5 ou 6,0 resultaria numa economia de calcário de, respectivamente, 1,4 e 3,1t ha-1. Quando consideram-se somente os solos altamente tamponados, com pH SMP inferior a 5,0, a economia de calcário seria de 3,0 e 7,0t ha-1 respectivamente, podendo atingir até 5,0 e 10,6t ha-1 em solos com pH SMP 4,4.
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