Quando defeitos palatinos ocasionados por trauma interrompem a separação da cavidade oral e nasal, técnicas cirúrgicas adequadas são essenciais para a reconstrução anatômica. Relata-se um caso de fenda palatina secundária por trauma e fratura de mandíbula, sendo a primeira corrigida cirurgicamente utilizando a técnica de retalho bipediculado deslizante (técnica de Von Langebeck), consistindo no alívio com estafilorrafia e redução da fratura com a técnica de amarria interdental com resina acrílica. As técnicas mostraram-se eficazes no fechamento da fenda palatina e redução da fratura, aliadas aos cuidados adequados no pós-operatório.

A Síndrome respiratória obstrutiva dos braquicéfalos (SROB) é caracterizada por alterações anatômicas e fisiológicas que provocam importante obstrução das vias aéreas superiores e afetam predominantemente cães de raças braquicéfalicas. Essas alterações anatômicas podem ser classificadas em primárias, como a estenose de narina, prolongamento de palato mole e hipoplasia de traqueia, e secundárias, geralmente ocasionadas pelo aumento da turbulência e resistência ao ar, como a eversão de sáculos laríngeos, edema, inflamação da nasofaringe, paralisia e colapso de laringe. Pode ocorrer a evolução dessas alterações com a idade, desenvolvendo doenças respiratórias mais graves e até levar o paciente a óbito. O objetivo deste relato foi descrever um caso clínico cirúrgico de um canino, da raça bulldogue francês, submetido às técnicas de rinoplastia e estafilectomia. O paciente deu entrada com um quadro de dificuldade respiratória quando submetido à exercício, com dispneia, roncos durante o sono, inquietação e algumas vezes regurgitava o alimento. Ao exame físico, constatou-se ser a Síndrome braquicefálica, em que apresentava estenose de narina e estridor inspiratório, sugerindo prolongamento de palato mole. O paciente foi encaminhado para cirurgia corretiva de Rinoplastia e estafilectomia. O procedimento foi realizado, com um bom prognóstico e melhora significativa na qualidade de vida.

A utilização das técnicas de cirurgia reconstrutiva está cada vez mais frequente na medicina veterinária para a reconstrução tecidual de feridas, sejam estas por traumatismos ou por exéreses tumorais, melhorando a funcionalidade e mantendo uma estética agradável. A escolha da técnica a ser empregada, depende da localização da ferida, tamanho, linhas de tensão, disponibilidade de pele e experiência do cirurgião quanto à técnica a ser utilizada. Esses procedimentos requerem do cirurgião amplo conhecimento anatômico vascular, para que se alcance o sucesso da técnica cirúrgica, evitando-se possíveis complicações pós-operatórias. O presente trabalho objetiva, avaliar a utilização do retalho de padrão subdérmico inguinal bilateral e da tela de polipropileno após ressecção de neoplasma mamário em gata, SRD, 15 anos, castrada e com histórico de recidiva tumoral. Como complicações pós-operatórias, houve apenas a formação de pequena quantidade de líquido inflamatório. Contudo, a técnica aplicada obteve um resultado positivo no reparo de um extenso defeito cutâneo criado cirurgicamente.