A produção brasileira de leite se caracteriza por conter sistemas individuais de produção. Assim, objetivou-se caracterizar a produção leiteira em municípios da região sul do Rio Grande do Sul e verificar os fatores que mais afetam a qualidade do leite nessa região, através de um inquérito epidemiológico e análises de qualidade do leite nas unidades de produção. A investigação mostrou que a idade média dos produtores é de 49 anos, e 64,15% destes não concluíram o ensino fundamental. A produção de leite é realizada em propriedades com média de 26,06 hectares, com 8,4 vacas em lactação em média, sendo que 93,6% das unidades possuem menos de 20 vacas. A maioria das unidades (32,83%) produz de 50 a 100 L/dia; 13,21% produzem até 30 L/dia e apenas 1,89% produz acima de 500 L/dia. A produtividade média detectada foi de 6,8 L/vaca/dia. Quanto ao manejo da ordenha, 39,3% ainda ordenham seus animais manualmente, apenas 14,2% desinfetam o teto antes da ordenha e 53,9% utilizam um único pano para secagem dos tetos. Observou-se correlação negativa entre a contagem de células somáticas (CCS) e a produção leiteira (r= -0,23) e entre CCS e teor de lactose (r= -0,39). Houve correlação positiva entre teor de lactose e produção (r= 0,31). Os dados comprovam que o produto obtido tem qualidade inferior em locais onde são adotadas técnicas precárias de manejo.
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