O presente trabalho tem como objetivo analisar algumas representações construídas sobre as manifestações ocorridas no Paraná em abril de 2015 e seus participantes, quais sejam, professores e policiais. O foco recai nas representações acerca do professor, na tentativa de entender se elas são indicativas da desvalorização que acomete essa categoria profissional. Serão analisadas as escolhas lexicais em notícias de três portais de notícias online: Estadão; G1 e Uol. Dessa forma, buscamos identificar quais são as ideologias que perpassam os discursos desses órgãos de comunicação, partindo do princípio de que a mídia pode influenciar as opiniões e construções da realidade da população como um todo. Para tanto, utilizamos como abordagem teórico-metodológica a Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough. A análise demonstrou que, nos três portais de notícias, é reforçada a naturalização da violência policial, bem como a visão negativa atribuída a manifestações e greves mobilizadas por docentes. Nesse sentido, o trabalho evidencia contradições em torno da figura do professor, enaltecido em campanhas publicitárias e, ao mesmo tempo, desvalorizado em tantos aspectos.
A despeito do grande número de pesquisas e programas de pós-graduação no campo da Análise do Discurso no Brasil, há uma escassez de estudos, em língua portuguesa, que se dediquem a ou se embasem na Análise do Discurso de James Paul Gee. Ao desenvolver uma dissertação de mestrado ancorada nesse quadro teórico, encontramos um único trabalho orientado por ele. Não foram encontrados textos do autor acerca dessa temática traduzidos para o português. Tendo em vista tal cenário, buscamos, no presente artigo, realizar uma breve introdução ao pensamento do pesquisador americano no que diz respeito à Análise de Discurso. Para tanto, partimos de alguns de seus conceitos fundamentais, tais como discurso, modelos discursivos e identidade.
Este trabalho é um desdobramento de uma dissertação defendida na Universidade Federal de São João del-Rei. O objetivo central é mostrar o quanto a noção de experiência é importante para o desenvolvimento do estágio docente, de forma a tornar mais profícua a formação do professor de línguas, a partir de uma relação mais próxima entre teoria e prática, entre prescrito e real. Para isso, apoiamo-nos, principalmente, na teoria de Jorge Larrosa Bondía (2002) para pensar a experiência. Partimos do pressuposto de que há, hoje, uma distância entre a formação universitária e o campo de trabalho do professor, o que gera frustrações para os graduandos quando vão para a sala de aula, bem como prejuízos para a educação, que acaba por não se beneficiar com o incessante desenvolvimento teórico no campo da linguagem e do ensino de línguas. As entrevistas que compõem a dissertação supracitada são uma importante base para o presente trabalho. O que elas demonstram acerca dos estágios é que há, neles, um caráter prescritivo, de modo que o graduando em Letras não encara o professor regente como um parceiro de trabalho ou alguém que tem o que contribuir, mas sim aquele que precisa se atualizar. Essa postura é prejudicial à formação e à parceria tão importante entre universidade e escola.
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