A Etnogeomorfologia, como foco da abordagem etnoecológica, estuda o conhecimento que populações têm acerca dos processos geomorfológicos, considerando os saberes sobre a natureza e os valores da cultura e da tradição local. A importância atribuída a esta pesquisa encontra-se associada à identificação das formas de relevo predominante na bacia hidrográfica do Rio Mulato, sob a ótica dos moradores da comunidade Furnas, situada no município de Jardim do Mulato, Estado do Piauí. Os procedimentos metodológicos pautaram-se pelo viés da Etnogeomorfologia, sendo que as informações foram analisadas qualitativamente, com o auxílio das técnicas de geoprocessamento. Diante do trabalho realizado, foi possível identificar quatro tipos de morfoesculturas de acordo com os saberes etnogeomorfológicos, a saber: i) Chapadas; ii) Costaneiras/Morros; iii) Baixão; e iv) Baixa. A partir da interpretação das morfoesculturas, em consonância com sua morfodinâmica, as formas de relevo foram classificadas em: i) Planaltos Rebaixados/Planaltos Tabulares; ii) Morros Testemunhos; iii) Planícies Fluviais; e iv) Vales Interfluviais. Conclui-se que o etnoconhecimento dos moradores pesquisados se aproxima do conhecimento científico, uma vez que, munido do produto temático e da aferição em campo, foi possível constatar tais informações.
A heterogeneidade de mosaicos paisagísticos associada aos fatores que levam a categorização de um dado ambiente, resume-se em um tema importante de pesquisa da Etnoecologia da Paisagem. Por consistir em uma temática recente, que vem ganhando notoriedade, objetivou-se apresentar um panorama sobre o tema em epígrafe, a partir da análise de sua evolução entre os anos de 2009 a 2019, a fim de verificar como ele vem sendo trabalhado e discutido pelos estudiosos, em todo o mundo. A pesquisa se delineou por meio de análise bibliométrica, cujos dados foram obtidos na base do Portal de Periódicos oferecido pela CAPES. Os assuntos centrais dos escritos avaliados relacionaram-se ao uso e classificação da paisagem, estudos conceituais, sobre a percepção do ambiente e categorização do solo. Dentre as pesquisas realizadas mundialmente, o continente americano foi o que deteve o maior número de estudos (64,7%). O ano com maior concentração de publicações foi o de 2016, tendo o Brasil como destaque, por agrupar uma quantidade s uperior de trabalhos em relação aos demais países. As pesquisas brasileiras foram desenvolvidas em áreas de Caatinga e Mata Atlântica, carecendo de estudos nos demais complexos vegetacionais do País. Os dados mostraram que os autores se concentraram em identificar ambientes mais abrangentes. Elementos de paisagem bióticos e abióticos deram fortes indícios na distinção dos mosaicos paisagísticos, principalmente, quando estes associavam-se aos componentes vegetação e topografia. Portanto, aprofundar o entendimento de como as pessoas estão interligadas ao ambiente, fornece caminhos importantes para a compreensão e gestão de um dado território.
Nos espaços livres dos Campus de universidades públicas e instituições de ensino, em geral, há uma razoável biodiversidade vegetal formada por espécies ornamentais, além de muitas apresentarem espaço para o desenvolvimento de projetos florísticos, evidenciando a importância dos serviços ambientais proporcionados pelo ambiente. Por esta razão, e considerando a importância destes espaços em instituições de ensino objetivou-se realizar o levantamento das espécies vegetais utilizadas na arborização e ornamentação no Campus Ministro Petrônio Portela, da Universidade Federal do Piauí, identificando a sua origem e formas de usos, com o intuito de retratar o cenário da flora selecionada para este fim. O levantamento de campo referente a amostragem qualitativa das espécies vegetais cultivadas nas áreas construídas do campus da UFPI, ocorreu por por meio de visitas exploratórias nas áreas escolhidas, durante os meses de abril a julho de 2019. Foram identificadas 171 espécies de 121 gêneros e 58 famílias botânicas, sendo observada a predominância de espécies de origem exóticas. Fabaceae foi a família mais bem representada na amostra com 20 espécies. A classificação por uso revelou que 83 espécies são ornamentais, 44 medicinais, 13 alimentícias, 5 madeireiras e 26 não foram classificadas em relação ao uso. Conclui-se que a área pesquisada possui grande variedade de espécies sendo a primeira listagem de espécies realizada para mesma, o que pode servir de subsidio para o desenvolvimento de um plano de gestão de arborização visando melhorar as ações de plantios e manutenção das espécies presentes na área, além de ajudar no manejo ambiental e buscar meios que visem a integração da população local através de projetos relacionados a educação ambiental.
Objetivou-se analisar a percepção ambiental dos feirantes do mercado público de Corrente/PI sobre a geração de resíduos sólidos. Participaram do estudo 20 feirantes. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas e os tratamentos estatísticos foram realizados no Excel. A maioria afirmou que a poluição e degradação do solo são as questões mais preocupantes, 15% dos feirantes já contraíram alguma doença por conta da proximidade com o lixo produzido na feira e 85% dos entrevistados se preocupam com as questões ambientais relacionadas ao descarte incorreto do lixo. Sugere-se que medidas preventivas junto à população e a todos os envolvidos nessa conjuntura possam ser efetivadas.
Os municípios de Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí respondem pela maior parte da produção mineral de quartzito no estado do Piauí. O quartzito é amplamente utilizado na construção civil, como revestimento e outros usos, sendo uma fonte econômica da região há décadas. No entanto, sua exploração vem ocasionando um conjunto de impactos ambientais na área. Dessa forma, o presente trabalho objetivou analisar a cadeia produtiva do quartzito, no intuito de evidenciar os principais impactos derivados dessa atividade na área em estudo. A metodologia empregada baseou-se em levantamentos bibliográficos e cartográficos, entrevista semiestruturada e visita in loco, considerando o polo responsável pela extração, fornecimento e processamento das rochas. Os resultados demonstraram o potencial econômico desse recurso natural na região, mas foi possível perceber diversos impactos socioambientais, tais como: pressão sobre os recursos hídricos, perda da biodiversidade, em virtude da supressão vegetal, e alteração na paisagem natural da área, tendo em vista os rejeitos do processo produtivo do quartzito. Dessa forma, é de fundamental importância a implementação de medidas mitigadoras que atenuem os impactos ambientais na área, corroborando os cenários tendenciais já perceptíveis nos setores de lavra.
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