O estudo, uma pesquisa etnográfica com crianças, com o objetivo de conhecer suas formas de participação na educação infantil (identificou a forma intensa e pulsante com que seu corpo participa em seus contextos educativos expressando seus pontos de vista. A partir da empiria e bases teóricas (Ferreira, 2009, 2013; Fingerson, 2009; Gil, 1997; Le Breton, 2009) vimos que o corpo das crianças está na base de toda sua experiência social, mediador das relações, das práticas, dos discursos, das apropriações do Outro e do mundo. Tal ideia precisa ser considerada nas práticas pedagógicas para que respeitemos o corpo da criança ávido por descobrir e descobrir-se na sua relação novidável e embrionária com o mundo.
A discussão aqui apresentada defende a docência na Educação Infantil com a participação das crianças. Considera que creches e pré-escolas ocupam um espaço fundamental na construção da democracia, quando fomentam relações democráticas nas práticas pedagógicas cotidianas como um modo de vida que insiste na (re)existência e persiste em tecer a vida coletiva e pública inscrita na ética do encontro em contraponto a exclusão. Em uma conjuntura em que a democracia se encontra em um descrédito abissal e a ofensiva aos direitos sociais incide fortemente nos mundos de vida das crianças, consideramos que a temática da educação democrática e da participação infantil ganha especial relevo e precisa de um debate profundo nas instituições de educação infantil, para que seus projetos educativo-pedagógicos e suas práticas sejam pensados à luz de referenciais críticos e inspiradores de novos modos de vida. Essa reflexão profunda terá de enfrentar nosso acanhado modo de sermos democráticos, em um país que não tem o legado de uma experiência efetivamente democrática e que se submete facilmente à sedutora forma de viver ditada pelo mercado, assim como o adultocentrismo existente nas relações pedagógicas; o que desnuda nossa frágil condição que precisa ser assumida por um pensamento rico, forte de contraposição ao que está posto.
ResumoO presente estudo defende a participação e inclusão das crianças na creche e pré-escola para a produção de espaços de educação democráticos que se contraponham à exclusão social e contribuam na produção e consolidação de uma sociedade de a rmação de direitos sociais. A participação das crianças permanece em larga medida por se concretizar, sendo um desa o que precisa ser enfrentado, nas suas contradições, impasses e paradoxos teóricos, sociais e políticos. Ao aprofundar a temática compreende-se sua complexidade teórica, e é sobre esta complexidade que este texto irá se deter. A discussão a respeito da participação das crianças para uma educação democrática se cruza com um conjunto de conceitos importantes que precisam ser aprofundados, compreendidos e conectados, para que seja possível contar com os contributos geracionais na efetivação da educação aqui preconizada, que vençam modelos adultocêntricos e não pode prescindir da produção teórica de abordagens inclusivas. As crianças como sujeitos de conhecimento e produtoras de sentido têm "voz", são legítimas as formas de comunicação e relação que utilizam para se expressar e, ao fazê-lo, contribuem na renovação e reprodução dos contextos em que participam quando existe quem esteja interessado em ouvir suas vozes. É importante reconhecer as diferentes formas de participação das crianças pequenas com base nos seus padrões culturais e nas suas práticas cotidianas, em questões que lhes são signi cativas e lhes dizem respeito.Palavras-chave: Infância. Educação Infantil. Direitos da Criança.
As crianças participam de corpo inteiro dos seus mundos de vida, visibilizando a natureza incorporada da ação humana. A partir de uma pesquisa etnográfica com crianças de 3 a 6 anos, em nível de Doutorado, sua empiria e bases teóricas (FERREIRA, 2009(FERREIRA, , 2013FINGERSON, 2009;GIL, 1997; LE BRETON, 2009), vimos que o corpo da criança está na base de toda sua experiência social, mediador das relações, das práticas, dos discursos, das apropriações do outro e do mundo. Tal ideia precisa ser considerada nas práticas pedagógicas, para que vençamos os fortes mecanismos de controle e dominação que instituem e orientam um ordenamento social normativo do modelo ideal de corpo disciplinado e obediente, que marginaliza e exclui o corpo da criança ávido por descobrir e se descobrir na sua relação novidável e embrionária com o mundo. As crianças, como atores sociais de corpo inteiro, têm, na sua ação incorporada, uma de suas formas de participar dos contextos coletivos de educação pela qual expressam seus pontos de vista, sendo imprescindível o desenvolvimento de abordagens adequadas às formas de comunicação das crianças, instaurando uma cultura de comunicação, que comece a partir da posição da criança, a fim de que possamos construir práticas democráticas, estabelecidas no Kátia Agostinho * 7As crianças participam de corpo inteiroChildren participate of full body
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.