No abstract

INTRODUÇÃO:A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a poluição do ar como um fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DNTs). No Brasil, em especial no Maranhão, as queimadas e os incêndios florestais são uma fonte significativa de poluição do ar e levam à emissão de poluentes atmosféricos, resultando na exposição humana a efeitos diretos e indiretos na saúde, meio ambiente e prestação de serviços de saúde. OBJETIVOS: Identificar os municípios com maiores focos de calor no estado do Maranhão para monitoramento da saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos. METODOLOGIA: Os dados de focos de calor são obtidos a partir da plataforma do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), no Sistema de Informações Geográficas e Banco de Dados de Focos. Os focos são detectados pelos satélites NPP-375, TERRA_MT, AQUA_M-T e estão disponibilizados em endereço eletrônico. Os dados epidemiológicos são obtidos através do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe. RESULTADOS: Para os valores históricos de focos de calor o pico da estação de queimadas no Estado do Maranhão tende a acontecer entre os meses de agosto e novembro. Para o 2º semestre do ano de 2022, percebe-se que os meses de agosto, setembro e outubro apresentaram respectivamente 3473, 4166 e 4495 focos de calor estando o Maranhão em 4º lugar dos estados que mais queimaram no Brasil no respectivo semestre com um total de 19.383 focos de calor, totalizando 10,4% de todas as queimadas do país. As áreas afetadas pela queima de biomassa são prioridade para o monitoramento da saúde ambiental e qualidade do ar. A combustão incompleta da biomassa libera fumaça e subprodutos, criando uma mistura de poluentes tóxicos que podem ser associados a infecções respiratórias agudas em crianças e idosos, doença pulmonar obstrutiva crônica, catarata e cegueira, tuberculose pulmonar e efeitos adversos na gestação. CONCLUSÃO: Diante disso, o monitoramento dos focos de queimadas no estado do Maranhão para acompanhamento da saúde da população e elaboração de protocolos de vigilância e atenção à saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos é de suma importância.