Este artigo apresenta resultados parciais da pesquisa-criação desenvolvida por um conjunto de universidades e escolas parceiras para discutir possibilidades do uso da tecnologia de imersão (vídeo 360 graus) no desenvolvimento de projetos educativos e artísticos. Tem como ponto de partida a valorização do ponto de vista de adolescentes de idades entre 14 e 19 anos, de diferentes origens, matriculados em escolas públicas das periferias do estado do Rio de Janeiro e da província do Quebec, Canadá, para apresentarem suas perspectivas sobre seus territórios através do uso da tecnologia de imersão. Neste artigo, apresentamos diversas modalidades de pesquisa-criação em torno de projeto de desenvolvimento de vídeos 360, que estabelece diálogo entre distintos territórios. Identificamos os diferentes territórios educativos permeados por sujeitos em suas diversidades culturais, políticas, econômicas e sociais, sob a égide das tecnologias e desigualdades sociais. O propósito é apresentar alguns dos desafios dessa produção coletiva e os espaços de encontro criados a partir das novas tecnologias, em um percurso que exigia revisitar a memória de um território — quando este se viu limitado por medidas sanitárias em contexto da pandemia de COVID19 — e o desvelar de outros territórios, mais intimistas e singulares, ressignificando os espaços de circulação a partir da re(construção) de histórias, valores e de modos de percepção do mundo.
Neste artigo apresentamos reflexões a partir de um estudo de caso realizado em uma escola pública municipal de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Entre agosto e dezembro de 2019, foram realizadas oficinas pedagógicas com crianças brasileiras e crianças em situação de imigração matriculadas no 1º segmento do Ensino Fundamental, quando procuramos ouvir as vozes das crianças e conhecer suas percepções sobre o processo de acolhimento de crianças e famílias em situação de imigração na escola pública. Adotamos a perspectiva intercultural como mobilizadora de nossas reflexões teóricas e intervenções práticas, e compreendemos a cultura da infância em sua dinâmica interpretativa e o brincar como um campo aberto atravessado pelos fenômenos transicionais. Neste artigo, discutimos a respeito de como o processo de imigração implica a invenção de novos lugares com os sentidos e sentimentos trazidos de outros lugares: a brincadeira como via de produção de multiterritorialidades. Também observamos, como resultado da pesquisa, a importância de se conhecer as interpretações e construções das crianças, de envolvê-las no debate e no enfrentamento dos dilemas do tempo presente, como a necessária adoção de uma política linguística que valorize as línguas maternas como possibilidade e potência de recriação constante da escola pública brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Infâncias. Imigração. Escola Pública. Multiterritorialidades.
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