A partir da análise de reportagens veiculadas pela TV Globo durante a ocupação militar do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, reflete-se, aqui, acerca das formas de interação discursiva propostas pela emissora. Em particular, fixaremos nosso olhar na relação entre as fontes e a instância jornalística e nos modos como foram concedidas, a esses sujeitos, possibilidades de participação no relato dos fatos. A hipótese que a análise empírica permite estabelecer é a de que a “interação”, proposta/imposta pela forma como a TV Globo tratou o acontecimento, limitou a visibilidade de algumas vozes naquela que deveria ser uma arena pública plural. Parte-se, aqui, da perspectiva teórica que pensa a comunicação como produto do embate entre interlocutores, no qual se dá um complexo processo de produção de efeitos de sentido entre sujeitos em constante e conflituosa interação dialógica, impregnada, portanto, de gestos de dominações, recusas, antecipações e convencimentos. **************************************************** ABSTRACT From the analysis of news broadcast by TV Globo during the military occupation of the Complexo do Alemão, in Rio de Janeiro, it is reflected here, about the forms of discursive interaction proposed by the issuer. In particular, we will fix our gaze on the relationship between journalism field and journalistic sources and how the possibilities for participation in the reporting of the facts were given to these subjects. The hypothesis that the empirical analysis allows to establish is that the “interaction” proposed/imposed by the way TV Globo treated the event has limited visibility of voices in what should be a plural public arena. We propose a theoretical perspective that considers communication as a product of the clash between partners in which there is a complex process of production of effects of meaning between subjects. Such a process is in constant conflict and dialogic interaction, filled with acts of domination, denial, anticipations and persuasions.
Buscamos apontar regularidades discursivas implícitas no enfoque a partir do qual as manifestações de 2013 foram tratadas pela grande imprensa. Defende-se a hipótese de que a instância informativa (re)atualiza uma série de interpretações anteriores, cristalizadas no senso comum, usualmente presentes na cobertura de acontecimentos ligados à violência urbana. Tais elementos reduzem a polissemia dos protestos e criam condições discursivas que legitimam a repressão pelas forças do Estado.
O presente artigo propõe uma reflexão teórico-metodológica a partir da experiência acumulada no âmbito de um projeto universitário de caráter extensionista que, ao longo dos últimos oito anos, promove atividades voltadas para jovens em situação de vulnerabilidade social. Ao apresentar as ferramentas usadas e refletir sobre as questões e desafios enfrentados, buscamos desenvolver uma metodologia que seja capaz de acessar esses jovens. Nossa meta é explicitar como é possível articular práticas culturais e ferramentas comunicacionais, capazes de contribuir para um processo de subjetivação emancipador, com a finalidade de desarmar “profecias auto realizáveis”, comuns às trajetórias desses jovens. Acionamos, ao longo de nossa atuação, modos potentes de trazer para o plano do visível a experiência, a memória, a corporalidade e a fala como possibilidades de expressão das subjetividades singulares desses jovens, ainda assim constantemente atravessadas por relações de poder estruturais, violentas e hierárquicas.
No abstract
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