O artigo discute as práticas do fandom on-line de animês, com enfoque particular no circuito alimentado pelos fansubbers e seu sistema de colaboração, que consiste na tradução, legendagem e distribuição informal de produtos audiovisuais da Ásia oriental – geralmente animês – no universo das redes digitais. A partir de uma pesquisa com inspiração etnográfica com os agentes envolvidos na atividade de tradução e de distribuição desses produtos no Brasil, o texto apresenta as políticas ativas e plurais que norteiam a atividade colaborativa dos fansubbers locais e que, por sua vez, denunciam uma disputa por capital subcultural própria a esses fãs-produtores em suas comunidades on-line. Fundamentalmente, o artigo apresenta um contraponto à ideia da cultura de fãs de animês representada pelos fansubbers brasileiros como uma comunidade homogênea, com motivações e condutas em comum partilhadas.
O artigo explora os discursos associados à China no jornalismo brasileiro diante do contexto da pandemia da COVID-19. Para tanto, utiliza-se como metodologia uma coleta e análise qualitativa de matérias jornalísticas. Os resultados da pesquisa apontam para a permanência do orientalismo enquanto base discursiva dos conteúdos analisados, bem como para a importância crescente de um diálogo mais íntimo e informado entre Brasil e China na construção de um mundo pós-Ocidental num cenário pós-pandemia.
Os fãs de K-pop têm chamado a atenção da mídia internacional por conta de seu engajamento em causas políticas e sociais em diversos países. No intuito de investigar a dimensão política do ativismo desses fãs em específico, este artigo se propõe a abordar o impacto global do K-pop, tendo em vista o debate mais abrangente sobre decolonialidade. Para tanto, utilizamos como objeto de análise o recente caso do fã-clube oficial do BTS, conhecido como ARMY, que desafiou os posicionamentos do presidente norte-americano Donald Trump. A partir de uma abordagem decolonial e da concepção de desobediência epistêmica, apontamos que o consumo da cultura pop sul-coreana dispõe de ferramentas que dialogam com a esfera não-ocidental e funciona fora da lógica colonial, especialmente em meio a ascensão global da boyband BTS.
Partindo de uma perspectiva desocidentalizante no que tange à investigação dos fluxos da cultura pop que se verificam no Brasil, o artigo discute o papel central dos eventos culturais/musicais relacionados ao pop “asiático” no estabelecimento de um circuito em torno das japonesidades e coreanidades pop nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Através de uma etnografia urbana realizada entre 2014 e 2017 nos locais onde se realizam as convenções e eventos de fãs, os shows e espetáculos “ao vivo” e as festas noturnas e matinês de música pop “oriental”, me interessava perceber o processo de recepção e consumo da experiência com a cultura pop japonesa e sulcoreana entre os seus realizadores e frequentadores. Os resultados obtidos na pesquisa de campo evidenciaram como as relações interculturais acontecem nos espaços urbanos e virtuais, entre os fluxos globais e locais, bem como as diferentes forças e atores que impulsionam e regem a difusão do fenômeno da Japão Mania e da Onda Coreana no Brasil.
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